São Paulo – O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) recebeu, nesta quarta-feira (9/3), 21 representações contra o deputado Arthur do Val (sem partido), referentes a falas machistas sobre mulheres ucranianas.
O colegiado apenas deliberou que devem tramitar em conjunto todos os processos que tratarem do mesmo tema – incluídos os que já foram protocolados e aqueles que ainda venham a ser interpostos. Por enquanto, chegaram 21 pedidos. A presidente Maria Lúcia Amary (PSDB), porém, informou que houve mais pedidos nas últimas horas, os quais ainda não foram oficialmente autuados.
A partir de agora, o parlamentar terá oportunidade para apresentar sua defesa prévia, no prazo de cinco sessões legislativas; depois, o grupo irá decidir sobre a admissibilidade do processo e, por fim, o conselho vai deliberar sobre eventual punição. Caso a maioria vote por suspensão temporária ou por cassação, o Plenário da Alesp precisará referendar.
As representações foram protocoladas por diversos deputados estaduais e instituições, como a seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP) e a Federação dos Empregados em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo (Fepospetro).
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Arthur Moledo do Val, nascido em 1986, é um deputado, empresário e youtuber brasileiro. Natural de São Paulo, fez parte do Movimento Brasil Livre (MBL) e já foi filiado ao Democratas (DEM), Patriota e ao Podemos (PODE). Atualmente está filiado ao União Brasil
Reprodução/Instagram
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Dono do canal MamãeFalei, no YouTube, Arthur se autodeclara liberal e utiliza a plataforma de vídeo para disseminar suas ideias. Com mais de 2 milhões de seguidores, Arthur ocupa considerável espaço na direita conservadora do Brasil
Arquivo pessoal
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Durante um tempo, foi apoiador ferrenho de Jair Bolsonaro mas, em 2019, assumiu pensamento convergente ao do MBL
Fábio Vieira/Metrópoles
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Em 2018, após se filiar ao DEM, o youtuber foi eleito deputado estadual de São Paulo. Em novembro de 2019, no entanto, foi expulso do partido sob o pretexto de ter atitudes divergentes às ideias da sigla
Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Em 2020, Arthur se filiou ao Patriota e disputou a prefeitura da cidade de São Paulo, terminando na quinta colocação. Focado em disputar o Palácio dos Bandeirantes nas eleições de 2022, do Val se filiou ao Podemos
Fábio Vieira/Metrópoles
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No final de fevereiro deste ano, em meio à guerra na Ucrânia, o deputado e o coordenador do MBL, Renan Santos, viajaram para o país europeu
Fábio Vieira/Metrópoles
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Segundo eles, o objetivo do grupo na Ucrânia era conversar com pessoas que estão enfrentando a guerra. Renan afirmou que o convite foi feito a eles por ativistas que participaram dos protestos ucranianos de 2014, batizados de Euromaidan
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Contudo, dias após chegarem ao país europeu, Arthur do Val teve áudios vazados com comentários machistas e sexistas contra policiais e refugiadas ucranianas. Em um deles, o deputado utiliza termos escatológicos, afirmando que as mulheres são “fáceis, porque são pobres” e que “eram minas que se ela cagar você limpa o cu delas com a língua”
Reprodução/Instagram
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A repercussão negativa dos comentários de Arthur fez com que ele declinasse da disputa pelo estado de São Paulo e se desligasse do Podemos. Além disso, a ação do deputado ainda lhe rendeu uma série de comentários negativos no Brasil e no Mundo. Apesar disso, logo após as falas sexistas, Arthur do Val se filiou ao União Brasil
Rafaela Felicciano/metrópoles
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No entanto, essa não é a primeira vez que o político se envolveu em polêmicas. Em 2016, Arthur foi acusado de assediar uma jovem de 17 anos. Em 2018, causou repulsa ao falar que não era a Patrícia Pillar, após Ciro Gomes bater na cabeça dele. Em 2020, foi condenado pela Justiça por ataques ao Padre Júlio Lancelloti, entre outras
Reprodução/Facebook
Entre os parlamentares que assinaram as representações, estão Danilo Balas (PSL), Carlos Giannazi (PSol), Analice Fernandes (PSDB), Márcio da Farmácia (Podemos), Valéria Bolsonaro (PRTB), Ataíde Teruel (Podemos), Paulo Fiorilo (PT), Gil Diniz (PSL), Professora Bebel (PT), Isa Penna (PSol) e outros.