Além de Suzano, outras cidades do país sofreram massacre de atiradores
Desde 1999, o país registra ataques em escolas, igrejas e até cinema. Ao menos 22 pessoas morreram nesse tipo de crime
atualizado
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Realengo (RJ), Goiânia (GO), Medianeira (PR), Campinas (SP) e São Paulo (SP). Essas cinco cidades brasileiras ficaram marcadas pelo derramamento de sangue em locais de grande movimento, como escolas, igrejas e até cinemas, após atiradores abrirem fogo contra alunos, professores e religiosos. Em duas décadas, ao menos 22 pessoas morreram nesse tipo de massacre. O número fica ainda maior com mais um caso registrado nesta quarta-feira (13/3), na cidade de Suzano (SP).
No início desta manhã, atiradores entraram em uma escola de Suzano, cidade localizada a 50 km de distância de São Paulo, e dispararam contra alunos e funcionários. Até o momento, oito mortes foram confirmadas.
Durante coletiva de imprensa, as autoridades reforçam que o acontecido em Suzano é o 6º do tipo no país. As características são as mesmas de outros ocorridos: um atirador que seleciona vítimas aleatoriamente e abre fogo contra elas.
Em setembro do ano passado, um adolescente de 15 anos entrou armado e atirou contra colegas de classe do Colégio Estadual João Manoel Mondrone, em Medianeira, no oeste do Paraná. Dois alunos ficaram feridos, um deles, também de 15 anos, gravemente, com um tiro nas costas, próximo à coluna vertebral. O outro, de 18, foi atingido de raspão em uma das pernas.
O suspeito e outro adolescente, também de 15 anos e que dava cobertura ao atirador, foram apreendidos. Eles disseram sofrer bullying e teriam ao menos nove alvos. O adolescente autor dos disparos contou que saiu de casa decidido a praticar o ataque, planejado desde julho. Com os dois, foram apreendidos um revólver calibre .22, munição e uma faca.
Mortes em colégio de Goiânia
Em 2017, um adolescente de 14 anos abriu fogo contra colegas de sala do Colégio Goyases, em Goiânia (foto em destaque). À época, ele contou à Polícia Civil ter se inspirado nos massacres de Realengo, no Rio de Janeiro, e de Columbine, nos Estados Unidos – que deixou 12 alunos e um professor mortos em abril de 1999.
O estudante foi apreendido após matar dois adolescentes e deixar outros quatro feridos. Filho de policiais militares, ele atirou com uma pistola .40, de uso da PM. O delegado informou que a arma pertencia à mãe dele.
Massacre em escola
Em Realengo, 12 pessoas foram mortas e 22 ficaram feridas na Escola Municipal Tasso da Silveira, em abril de 2011. Portando dois revólveres calibre .38 e equipamento para recarregar rapidamente as armas, Wellington Menezes de Oliveira, 23 anos, atirou contra alunos em salas de aula lotadas. Ele foi atingido por um policial e se suicidou.
Wellington baleou duas pessoas ainda do lado de fora da escola e entrou no colégio dizendo que faria uma palestra. Na carta encontrada com o atirador, ele falava de questões religiosas e dava indícios de que o ataque foi premeditado. Segundo as investigações, ele havia feito pesquisas relacionadas a atentados terroristas e a grupos religiosos fundamentalistas.
Tiros em igreja católica
Uma missa acontecia na Catedral Metropolitana de Campinas (SP) quando Euler Fernando Grandolpho, 49 anos, abriu fogo contra fiéis em dezembro de 2018. Ele matou cinco pessoas e cometeu suicídio. Outras quatro ficaram feridas após serem atingidas pelos disparos.
Os investigadores descobriram que o atirador fazia uma espécie de diário onde anotava placas de carros e outras informações sobre supostos perseguidores. Ele chegou a registrar boletins de ocorrência sobre os casos.
Atirador do shopping
Um estudante de medicina, em novembro de 1999, entrou em uma das salas de cinema do Morumbi Shopping, em São Paulo, e abriu fogo contra a plateia durante a sessão do filme Clube da Luta. Armado com uma submetralhadora 9 mm, ele atirou contra 66 espectadores. Três pessoas morreram e quatro ficaram feridas. O homem só parou quando foi contido por policiais.
Outros casos
No ano de 2002, um jovem de 17 anos matou duas colegas em um colégio particular de Salvador. Ele utilizou um revólver calibre .38 que pertenceria ao pai. Depoimentos indicam que o adolescente estava revoltado com as duas por conta de uma gincana da escola.
Em janeiro de 2013, em Taiúva (SP), Edmar Aparecido Freitas, 18 anos, ex-aluno da escola estadual Coronel Benedito Ortiz, atirou em alunos, professores e funcionários da instituição. Em seguida, ele se matou.
O atirador deixou oito pessoas feridas, entre elas, uma professora e o caseiro do colégio. Uma pessoa morreu e um aluno ficou paraplégico.
Um aluno de 10 anos, do 4º ano, atirou contra a professora e depois se matou. O crime ocorreu em setembro de 2011, na escola Professora Alcina Dantas, em São Caetano do Sul (SP). A arma utilizada foi um revólver calibre .38, que pertencia ao pai do rapaz.