metropoles.com

Além da segurança, quais os outros desafios de Lewandowski na Justiça?

Ricardo Lewandowski assumiu o Ministério da Justiça e Segurança Pública nesta semana e lidará com temas como regulação das big techs

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Vinícius Schmidt/Metrópoles @vinicius.foto
PRF Lewandowski
1 de 1 PRF Lewandowski - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles @vinicius.foto

O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) está sob novo comando, após a chefia da pasta sair de Flávio Dino e migrar para o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski. A transição, anunciada por ambos como uma continuidade do trabalho, marca também a passagem de desafios ainda pendentes de resolução na segurança e na Justiça.

Embora estejam no foco os desafios na segurança pública — como o combate ao crime organizado, contenção do avanço do garimpo e câmeras nas fardas dos policiais — a atuação do novo ministro contará com provações também na Justiça. Nessa frente, Lewandowski terá que lidar com questões como a regulação das big techs e a implementação do juiz de garantias.

No ano passado, Dino defendeu a necessidade de regular as plataformas digitais, as chamadas big techs, para evitar a circulação de fake news. Embora tenha sido discutido na Câmara em 2023, o PL das Fake News, que trata da matéria, não chegou a ser votado. O líder do governo na Casa, José Guimarães (PT-CE), afirmou que o projeto seria uma prioridade para o início deste ano e a articulação deverá passar pelo MJSP.

Entre outras medidas, o projeto de lei prevê que empresas do ramo da tecnologia sejam obrigadas a seguir normas para evitar o compartilhamento de discursos de ódio e informações falsas na internet. Além disso, se transformado em lei, o texto exige que as plataformas divulguem relatórios de transparência.

6 imagens
Lewandowski e Dino
Flávio Dino e Ricardo Lewandowski
Flávio Dino e Ricardo Lewandowski
Flávio Dino e Ricardo Lewandowski
1 de 6

Flávio Dino e Ricardo Lewandowski

Vinícius Schmidt/Metrópoles @vinicius.foto
2 de 6

Lewandowski e Dino

Vinícius Schmidt/Metrópoles @vinicius.foto
3 de 6

Hugo Barreto/Metrópoles
4 de 6

Flávio Dino e Ricardo Lewandowski

Vinícius Schmidt/Metrópoles @vinicius.foto
5 de 6

Flávio Dino e Ricardo Lewandowski

Vinícius Schmidt/Metrópoles @vinicius.foto
6 de 6

Flávio Dino e Ricardo Lewandowski

Vinícius Schmidt/Metrópoles @vinicius.foto

Juiz de garantias

Outro tema no radar do novo ministro do MJSP será a implementação da figura do juiz de garantias. A função, instituída no chamado Pacote Anticrime e sancionada em 2019 pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi avalizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2023.

Em agosto do ano passado, a Corte aprovou, por unanimidade, a matéria e definiu prazo para implementação de doze meses a partir da publicação da ata do julgamento, prorrogável uma vez por outros doze meses.

A norma diz que toda persecução deve contar com dois magistrados: um dedicado à fase de investigação, e outro, à fase do processo judicial. O juiz de garantias é a figura que atuaria somente nas diligências da investigação, sem participar do julgamento do réu. Ele ficaria responsável por fiscalizar a legalidade da investigação criminal e garantir os direitos dos investigados.

Tema comum entre falas de Dino e Lewandowski, e que une segurança pública e justiça, é o de reverter o crescimento da população carcerária no Brasil. De acordo com dados da Secretaria Nacional de Políticas Penais, o número total de custodiados em celas físicas no Brasil passa dos 640 mil.

Em evento de encerramento da gestão no Ministério da Justiça, nesta quarta-feira (1°/2), Dino defendeu que punição não precisa ser igual a prisão.

Continuidade e não transição

O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski, em evento que marcou a transição, afirmou que seguirá com o trabalho da gestão de Dino, realizando ajustes quando for necessário.

Lewandowski ainda sublinhou que a atuação dele na chefia da pasta será não só dedicada a questões da Justiça, como em dar uma resposta à população no que se refere à Segurança Pública. Nessa frente, entram desafios como a elucidação dos assassinatos da ex-vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

O avanço do crime organizado é outra tarefa que promete desafiá-lo. O uso obrigatório de câmeras nas fardas policiais, tema que sofre forte oposição no Legislativo, principalmente da bancada da bala, é outro ponto que tende a ganhar força.

“O combate à criminalidade e à violência precisa de uma permanente intervenção policial, com políticas públicas para superar esse apartheid social que continua segregando boa parte da população”, afirmou na posse, realizada nesta quinta-feira (1°).

A equipe de Lewandowski:

  • Secretaria-Executiva: Manoel Carlos de Almeida Neto
  • Secretaria Nacional de Justiça: Jean Uema
  • Secretaria Nacional de Segurança Pública: Mário Sarrubbo
  • Secretaria de Acesso à Justiça: Sheilla de Carvalho
  • Secretaria de Políticas Penais: André Garcia
  • Secretaria de Consumidor: Wadih Damous
  • Secretaria de Direitos Digitais: Estela Aranha
  • Secretaria de Política sobre Drogas: Marta Machado
  • Secretaria de Assuntos Legislativos: Elias Vaz
  • Polícia Rodoviária Federal: Antônio Fernando Oliveira
  • Polícia Federal: Andrei Rodrigues

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?