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2020 já tem 98% das internações por doenças respiratórias de 2019

O crescente número de insuficiência respiratória e pneumonia chama a atenção. Aumento dos casos começou antes da pandemia de coronavírus

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Leito de UTI
1 de 1 Leito de UTI - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Além da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, o sistema de saúde brasileiro registra disparada de adoecimentos por outras enfermidades que afetam os pulmões e o sistema respiratório.

O crescente número de insuficiência respiratória e pneumonia chama a atenção – juntas, somam mais de 95 mil hospitalizações entre janeiro e 17 de abril.

O montante equivale a 98,5% de todos os registros de 2019, quando ocorreram 96,4 mil hospitalizações por causa dessas enfermidades. Essa alta pode ser consequência da Covid-19.

Veja número de adoecimento por cada doença: 

Insuficiência respiratória 

  • 2019 – 41.708
  • 2020 (até 17/04) – 40.946

Pneumonia

  • 2019 – 40.946
  • 2020 (até 17/04) – 54.058

Os dados são do Portal da Transparência da Central de Informações do Registro Civil (CRC Nacional).

Em meio à pandemia do novo coronavírus, os cartórios de registro civil do Brasil comunicaram que vão disponibilizar informações sobre as causas de mortes constantes nas certidões de óbitos lavradas em todo o país.

Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), uma das principais entidades no controle da pandemia no território nacional, confirma: houve aumento de internações no país por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) desde fevereiro, antes de a pandemia do novo coronavírus ser decretada.

O infectologista Leonardo Weissmann, consultor da SBI, explica que pneumonia e influenza (gripe) também podem levar a uma SRAG, por exemplo.

“Com a chegada do novo coronavírus, observou-se aumento abrupto nas notificações de SRAG. É um comportamento atípico para esta época do ano”, destaca Weissmann.

Gripes e resfriados são mais comuns nos meses mais frios do ano pelos seguintes fatores: elevação da umidade, baixa das temperaturas e aglomeração de pessoas.

Casos graves
O especialista explica que a SRAG deixa o paciente com síndrome gripal, além de dificuldade para respirar.

Diminuição de saturação de oxigênio no sangue a um nível menor do que 95%, desconforto respiratório ou aumento da frequência respiratória, piora nas condições clínicas de doença inicial, hipotensão ou outro quadro de insuficiência respiratória aguda também podem aparecer.

Já a síndrome gripal tem febre de início súbito, acompanhada de tosse ou dor de garganta, e pelo menos um dos seguintes sintomas: dor de cabeça, dor muscular ou nas articulações.

Atenção aos cardíacos
Cirurgião cardíaco e integrante da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, Elcio Pires Junior frisa que os dados servem como alerta para medidas de prevenção da Covid-19, sobretudo em pacientes com doenças cardiovasculares.

“Além de estarem mais susceptíveis à infecção do coronavírus, pacientes cardíacos correm um risco maior de sofrerem mais lesões no músculo cardíaco”, frisa. 

Segundo o cirurgião, quando o vírus se manifesta, o sistema imunológico responde a fim de combater a ameaça. Esse processo natural causa inflamação – e os vasos se dilatam para aumentar a circulação das células de defesa do organismo.

Versão oficial
O Metrópoles questionou o Ministério da Saúde sobre os impactos dessas doenças no sistema de saúde, por exemplo, na capacidade de internação em leitos de unidade de terapia intensiva (UTI).

O órgão não respondeu até a última atualização deste texto. O espaço continua aberto.

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