Alckmin “vende” PAC 3 a estrangeiros com foco em transição energética
Novo Plano de Aceleração do Crescimento foi apresentado pelo presidente em exercício a diplomatas em evento no Itamaraty
atualizado
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O esforço do governo Lula para propagandear a nova versão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 3) mirou, nesta segunda-feira (18/9), a diplomacia estrangeira no Brasil. Em evento no Itamaraty, o presidente em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, apresentaram o plano de investimentos a embaixadores e representantes de outros países em Brasília.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não compareceu porque está em Nova York para a Assembleia Geral das Nações Unidas.
Com apresentação legendada em inglês e focando nas ações para a transição energética e nos planos de compras internacionais, os membros do governo buscaram explicar para a comunidade diplomática os planos gerais para os próximos anos e o que espera de cooperação internacional.
“A pergunta hoje é onde produzo bem, barato e consigo compensar as emissões de gases de efeito estufa e carbono. A resposta é o Brasil”, disse Alckmin, na sua apresentação ao corpo diplomático em Brasília.
“Hoje o Brasil já é o segundo país do mundo em recebimento de investimento externo direto, atrás dos Estados Unidos, e estamos avançando na melhora do ambiente econômico”, seguiu o presidente em exercício, citando o câmbio estável com o dólar, o início da queda dos juros e as pautas econômicas aprovadas no Congresso.
“E, o mais importante, democracia. Democracia atrai investimento”, disse ainda Alckmin.
Em sua fala, Rui Costa também focou principalmente nas ações do PAC que focam em desenvolvimento sustentável e economia verde. “Um dos pilares deste PAC é a transição energética”, disse o ministro. “Que vocês nos ajudem a divulgar isso para empresas e fundos de investimento”, pediu ele. “Queremos despertar vocês para as oportunidades de negócio que existem no Brasil”, completou o ministro da Casa Civil.
O novo PAC
Coordenado pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, o PAC 3 busca unir atores políticos de todos os níveis – do federal ao municipal –, e representantes da iniciativa privada, setor que o governo se esforça para levar para dentro da iniciativa.
Foram anunciados investimentos que totalizam R$ 1,7 trilhão, com participação pública e privada e foco em transporte, moradia e energia.
Os recursos previstos no Novo PAC contarão com R$ 371 bilhões dos cofres da União; R$ 343 bilhões de empresas estatais; R$ 362 bilhões de financiamentos de bancos e outras entidades; e de R$ 612 bilhões do setor privado.
Esse investimento privado, prevê o governo, entrará nas obras principalmente por meio de parcerias público-privadas (PPPs), nas quais governo e empresas se associam em projetos. É diferente do modelo de concessão, usado, por exemplo, quando a iniciativa privada assume sozinha a gestão de um patrimônio público, como uma rodovia.
No novo PAC, o governo também busca maneiras de dar mais transparência a transferências de recursos e obras, de maneira a tentar evitar os problemas das versões passadas do programa, em governos de Lula e Dilma Rousseff (PT), que deixaram rastros de denúncias de desvios e milhares de obras paradas.
Veja a íntegra da apresentação do governo aos diplomatas estrangeiros: