Alckmin sobre reservatórios baixos: “Não há risco de falta de energia”
Vice-presidente comentou sobre alerta do ONS para redução do nível dos reservatórios até novembro e recomendou acionar termoelétricas
atualizado
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O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin (PSB), disse, nesta quinta-feira (5/9), que “não há risco de falta de energia” no país após o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) indicar que o nível dos reservatórios continuará reduzindo até o fim de novembro.
“Acredito que o que disse o ONS é que coloca as [usinas] térmicas, também para operarem, mas não há risco de falta de energia”, afirmou o vice-presidente em evento da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Em comunicado publicado em 20 de agosto, o órgão chegou a recomendar o acionamento de usinas termoelétricas a partir de outubro deste ano, diante da falta de chuvas em partes do Brasil.
Segundo Alckmin, o Brasil tem a legislação mais moderna do mundo para garantir a segurança climática, “levando do poço à roda, não só do motor à roda”. Para ele, o país está “dando exemplo para o mundo de energia limpa”.
Questionado sobre a crise hídrica, Alckmin reconheceu que o país vive a “maior seca desde a década de [19]50”. Ele reforçou que o mundo sofre as consequências do aquecimento global.
“Nós, que estamos nos trópicos, vamos sofrer mais a questão do aquecimento global do que quem está no norte do planeta. Então, é uma questão importantíssima. O Brasil é protagonista nesta área”, ressaltou o ministro.
Ele frisou a importância de preservar a chamada “Aliança BIC” (Brasil, Indonésia e Congo), que engloba as três maiores áreas de floresta tropical no mundo, todas sob ameaça de desmatamento.
“Temos que preservar essas três florestas, e é isso que o governo está fazendo 24 horas. Caiu 54% do desmatamento e esse ano já caiu mais 32%”, disse.
Baixa do nível dos reservatórios
Segundo as projeções do ONS, os níveis dos reservatórios devem seguir reduzindo até o final de novembro devido à falta de chuvas em diferentes Regiões do Brasil.
“Além do cenário de afluências muito abaixo da média, o aumento na demanda por energia e as temperaturas elevadas exigem atenção redobrada na coordenação do Sistema Interligado Nacional (SIN)”, destacou o órgão em comunicado oficial.
No subsistema Sudeste/Centro-Oeste, a Energia Armazenada (EAR) estimada para o fim de fevereiro de 2025 está num intervalo entre 50,8% (no cenário desfavorável) e 79,2% (no mais positivo). O que seria 13,7 pontos percentuais inferior ao registrado em fevereiro de 2024, frente a projeção mais alta que ficaria 14,7 pontos acima no mesmo período.
A perspectiva de energia armazenada para o Sistema Interligado Nacional (SIN) para fevereiro de 2025 é similar, com variação entre 56,4% (9,2 p.p. abaixo de fevereiro de 2024) e 77,9% (12,3 p.p. superior de fevereiro de 2024).