Alckmin diz que corte de gastos deverá vir em próximos “dias ou horas”
Vice-presidente falou em “cumprimento rigoroso do arcabouço fiscal”, que seria possibilitado por uma tesourada
atualizado
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O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) disse, nesta quarta-feira (27/11), que uma medida de ajuste fiscal virá nos “próximos dias, próximas horas”. O governo federal discute há semanas um corte de gastos que deverá afetar a Esplanada dos Ministérios.
“Deveremos ter nos próximos dias, próximas horas, as medidas todas de ajuste fiscal, fazendo cumprimento rigoroso do arcabouço fiscal. O mundo inteiro se endividou por conta da covid, há de se fazer um esforço grande e o Brasil vai cumprir rigorosamente a questão fiscal”, afirmou no 14º Encontro Nacional da Indústria (Enai), em Brasília (DF).
Há bastante expectativa sobre a cifra a ser anunciada e quais ministérios serão atingidos. Houve tratativas da tesourada atingir a Educação e a Saúde, mas as pastas, apesar de bem abastecidas financeiramente, são caras ao governo. Ministérios com menor orçamento, como o das Mulheres, não deverão ser atingidos.
Dessa forma, os militares entraram no esforço do ajuste fiscal. A inclusão da pasta da Defesa na lista de cortes ocorreu por pedido de Lula e Haddad, mais por um valor simbólico de que não seria prejudicada apenas a área social do governo.
A necessidade de uma revisão dos gastos se dá após um alerta do Tribunal de Contas da União (TCU). Segundo o órgão, caso as contas continuem aumentando, elas poderão afetar o funcionamento de políticas públicas e investimentos.
Pendências
O Ministério da Fazenda sinalizou que o texto está apresentado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas há pendências a serem cuidadas.
Dentre elas, é necessário desenhar como será a divulgação das cifras e alinhar o plano com os presidentes do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
Na terça-feira (26/11), Lira disse não ter visto as medidas do pacote ainda, mas ele deverá se reunir com Pacheco e Lula ainda nesta quarta.
Além de facilitar a tramitação no Legislativo, o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, afirmou se tratar de “elegância” e “sinal de deferência” as conversas com Pacheco e Lira.