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Ajuste fiscal exige “muita negociação e muita paciência”, diz Haddad

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que contas públicas estão sendo colocadas em ordem “com muita dificuldade”

atualizado

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1 de 1 imagem colorida do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista - Metrópoles - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Em evento no Palácio do Planalto na manhã desta terça-feira (17/9), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o ajuste fiscal exige “muita paciência e muita negociação” e afirmou que as contas públicas estão sendo colocadas em ordem “com muita dificuldade”.

“Nossa economia está crescendo, vai continuar crescendo e tem tudo para entrar num ciclo sustentável de crescimento ao longo dos próximos anos. Tivemos dez anos de muita turbulência no Brasil, com desarranjo completo das contas públicas, que estão sendo colocadas em ordem, com muita dificuldade, mas com muita negociação, tanto com o Judiciário quanto com o Congresso Nacional”, disse ele em cerimônia destinada à assinatura de convênio entre o Sebrae e a ApexBrasil.

“Penso que nós estamos entrando num entendimento de que nós precisamos sair dessa mania de produzir os déficits que foram produzidos ao longo de dez anos. Vocês veem que o déficit foi acompanhado de baixo crescimento e, pior do que isso, baixa qualidade do crescimento. O Brasil gastou quase R$ 2 trilhões em dez anos além do que podia, déficits primários acumulados e não tivemos nem resultado econômico nem resultado social. Não aconteceu nada de bom no Brasil”, prosseguiu o ministro.

E completou: “Nós estamos agora fazendo esse ajuste, isso exige muita negociação, muita paciência, porque ninguém quer perder, é natural que seja assim. Mas o fato é que, se nós perseverarmos nesse caminho, nós vamos produzir os melhores resultados econômicos para o país”.

O titular da Fazenda aproveitou para defender o arcabouço fiscal, a nova regra de controle dos gastos públicos proposta em 2023 por sua equipe e que está em vigor a partir deste ano de 2024.

“O arcabouço fiscal tem que ser seguido, precisamos perseverar nessa toada até reestabilizar as finanças, porque o Brasil só tem a ganhar. Vamos voltar a crescer acima da média mundial depois de 10 anos crescendo abaixo da média mundial. Não tem sentido país com tantas oportunidades crescer abaixo da média mundial”, salientou.

Em seguida, ele defendeu que a exportação pode ser “o carro-chefe” do próximo ciclo econômico, e citou três razões para isso: 1) a reforma tributária, que ajudará a eliminar a exportação de tributos; 2) o crédito para exportação, que poderá diversificar as fontes de financiamento; e 3) a questão do seguro como promotor das exportações brasileiras.

Participam da cerimônia o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), os presidentes da Apex e Sebrae, Jorge Viana e Décio Lima, o empresário Guilherme Coelho, da Abrafruta, e a cineasta Tata Amaral.

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