“Ajuste em cima dos pobres não vale”, diz Lula sobre corte de gastos
Presidente Lula tem mostrado resistência a promover corte de gastos e defendido que ele não incida sobre a população mais pobre
atualizado
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Em nova declaração sobre o corte de gastos demandada pelo mercado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta quinta-feira (27/6), que ajuste fiscal em cima da população mais pobre “não vale”.
“Não me fale pra mexer em benefício. Se o pobre tiver direito, ele não vai perder o benefício. Fazer ajuste em cima dos pobres não vale na minha vida, não vale”, disse o petista em entrevista à rádio Itatiaia, de Minas Gerais. Em seguida, ele defendeu o salário mínimo e a política atual de valorização do piso: “Esse país tem muito subsídio, esse país tem muita desoneração. Tem gente que pede R$ 5 bilhões de desoneração, R$ 10 bilhões. Ou seja, como eu vou mexer no salário mínimo? O mínimo é o mínimo”.
Lula ainda fez uma defesa de operações pente-fino. “Só vai receber o benefício quem tiver direto. Nós estamos fazendo um estudo profundo, em todos os ministérios, todo investimento, estamos fazendo uma operação pente-fino pra saber se tem coisas que você pode parar de fazer. Você não pode gastar dinheiro errado”, afirmou.
Na quarta-feira (26/6) em entrevista ao portal Uol, Lula afirmou ainda não saber se “precisa efetivamente cortar” gastos para equilibrar as contas públicas, mas descartou a possibilidade de reduzir o salário mínimo para atingir esse objetivo.
O petista também negou mexer no Benefício de Prestação Continuada (BPC) e nas pensões e aposentadorias, hoje vinculadas ao salário mínimo.