Ajudante de ordens de Bolsonaro mandou ofício para reaver joias. Veja
Mauro Cid assinou documento vindo do Gabinete Pessoal do Presidente da República para autorizar retirada de joias, mas não tinha atribuição
atualizado
Compartilhar notícia
Um ofício enviado pelo gabinete da Presidência da República, datado de 28 de dezembro de 2022, mostra que o ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) agiu na tentativa de recuperar as joias vindas da Arábia Saudita para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. O documento é assinado pelo tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, braço direito de Bolsonaro.
De acordo com o blog da Andréia Sadi, da TV Globo, que teve acesso ao material, Mauro Cid não teria atribuição legal para determinar a incorporação dos bens. Isso porque incorporar um presente de Estado seria atribuição do gabinete de Documentação Histórica da Presidência da República, e não de um ajudante de ordens do presidente.
No documento, há a relação de itens a serem retirados da Alfândega do Aeroporto de Guarulhos: as joias, compostas por colar, par de brincos, anel e relógio de pulso da marca Chopard, além de uma miniatura ornamental de um cavalo. Mauro Cid diz que autoriza que os bens sejam retirados pelo representante Jairo Moreira da Silva.
O primeiro-tenente da Marinha embarcou em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) no dia seguinte, 29 de dezembro, para tentar retirar pessoalmente os itens. Os servidores da Receita Federal, porém, não cederam.
“Os bens acima descritos foram ofertados ao presidente da República pelo Reino Unido da Arábia Saudita na Cerimônia de ‘Lançamento da Iniciativa Oriente Médio Verde’, ocorrida no período de 20 a 26 de outubro de 2021, conforme demonstra pelos documentos anexos”, conta o documento.
“Por ocasião do regresso ao Brasil e foram retidos na Alfândega do Aeroporto de Guarulhos, São Paulo. Foram meses para obter os documentos comprobatórios, tal como exigido pela Nota Executiva da Receita Federal, ora anexados a esse ofício”, continua Cid.
Veja o ofício: