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Aids matou 35 pessoas por dia no Brasil em 2022, revela estudo

Ao todo, 13 mil mortes por complicações da doença foram registradas no Brasil em 2022. País tem cerca de 990 mil pessoas com HIV

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Imagem colorida mostra teste de HIV guardado em vários recipientes com sangue
1 de 1 Imagem colorida mostra teste de HIV guardado em vários recipientes com sangue - Foto: IStock

O Brasil registrou 13 mil mortes por complicações da Aids em 2022, estima novo estudo do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS), divulgado nesta quinta-feira (13/7). O valor equivale a pouco mais de 35 mortes contabilizadas por dia.

No ano anterior, segundo dados do Ministério da Saúde, pouco mais de 11 mil óbitos foram registrados no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). O número, portanto, permanece em uma variação próxima. Ao todo, o país conta com 990 mil brasileiros que vivem com o HIV.

Os dados são apresentados entre perspectivas otimistas da organização para o cenário mundial de contenção do vírus. O contexto no Brasil, porém, desperta a preocupação do organismo internacional, que chama atenção para o discurso presente na política brasileira sobre o assunto.

“Assistimos o movimento em casas legislativas municipais, estaduais e até mesmo no Congresso de apresentar legislações criminalizadoras e punitivas que afetam diretamente a comunidade LGBTQIA+, especialmente pessoas trans”, alerta Ariadne Ribeiro Ferreira, oficial de Igualdades e Direitos do UNAIDS Brasil, no relatório.

De acordo com a autoridade, esse cenário contribui para a expansão da desigualdade e prejudica o alcance de políticas públicas em populações de risco. O estudo revelou, por exemplo, que aproximadamente 30% da população trans mundial convivia com o HIV em 2018 .

Alcance do tratamento

A pesquisa também revelou que, das 990 mil pessoas que convivem com o vírus no país, 723 mil fazem tratamento antirretroviral, ofertado gratuitamente na rede pública de saúde para a população. O valor equivale a 73% dos soropositivos.

Além disso, 51 mil novas infecções aconteceram em 2022. Para traçar um comparativo, em 2021, 40,8 mil casos foram registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), de acordo com o Boletim Epidemiológico de HIV/aids.

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A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo. Com isso, atinge-se o estágio mais avançado da doença, a aids
Os medicamentos antirretrovirais (ARV) surgiram na década de 1980 para impedir a multiplicação do HIV no organismo. Esses medicamentos ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico
O uso regular dos ARV é fundamental para aumentar o tempo e a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV e reduzir o número de internações e infecções por doenças oportunistas
O tratamento é uma combinação de medicamentos que podem variar de acordo com a carga viral, estado geral de saúde da pessoa e atividade profissional, devido aos efeitos colaterais
Em 2021, um novo medicamento para o tratamento de HIV, que combina duas diferentes substâncias em um único comprimido, foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
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HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da aids, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar. Por isso, a maioria dos casos passa despercebida

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A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo. Com isso, atinge-se o estágio mais avançado da doença, a aids

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Os medicamentos antirretrovirais (ARV) surgiram na década de 1980 para impedir a multiplicação do HIV no organismo. Esses medicamentos ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico

Hugo Barreto/Metrópoles
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O uso regular dos ARV é fundamental para aumentar o tempo e a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV e reduzir o número de internações e infecções por doenças oportunistas

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O tratamento é uma combinação de medicamentos que podem variar de acordo com a carga viral, estado geral de saúde da pessoa e atividade profissional, devido aos efeitos colaterais

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Em 2021, um novo medicamento para o tratamento de HIV, que combina duas diferentes substâncias em um único comprimido, foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)

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A empresa de biotecnologia Moderna, junto com a organização de investigação científica Iavi, anunciou no início de 2022 a aplicação das primeiras doses de uma vacina experimental contra o HIV em humanos

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O ensaio de fase 1 busca analisar se as doses do imunizante, que utilizam RNA mensageiro, podem induzir resposta imunológica das células e orientar o desenvolvimento rápido de anticorpos amplamente neutralizantes (bnAb) contra o vírus

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Nos Estados Unidos, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças aprovou o primeiro medicamento injetável para prevenir o HIV em grupos de risco, inclusive para pessoas que mantém relações sexuais com indivíduos com o vírus

spukkato/iStock
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O Apretude funciona com duas injeções iniciais, administradas com um mês de intervalo. Depois, o tratamento continua com aplicações a cada dois meses

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O PrEP HIV é um tratamento disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) feito especificamente para prevenir a infecção pelo vírus da Aids com o uso de medicamentos antirretrovirais

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Esses medicamentos atuam diretamente no vírus, impedindo a sua replicação e entrada nas células, por isso é um método eficaz para a prevenção da infecção pelo HIV

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É importante que, mesmo com a PrEP, a camisinha continue a ser usada nas relações sexuais: o medicamento não previne a gravidez e nem a transmissão de outras doenças sexualmente transmissíveis, como clamídia, gonorreia e sífilis, por exemplo

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Metas propostas

O UNAIDS também apresentou o diagnóstico do país quanto à meta 95-95-95. Com ela, a organização estabelece o objetivo de que todos os países tenham 95% das pessoas soropositivas conscientes do seu diagnóstico; 95% estejam em tratamento antirretroviral e 95% dos indivíduos em acompanhamento estejam com a carga viral suprimida.

No Brasil, os números até o momento estão em 88-83-95. Ou seja, apenas a última meta foi contemplada. Países como Ruanda, a República Unida da Tanzânia e Zimbábue conseguiram atingir os três objetivos estabelecidos pela organização.

Em 2021, entretanto, os dados estavam abaixo do observado no novo relatório: embora o mesmo valor de 88% soubesse ser soropositivo para o vírus da Aids no ano, 73% dos brasileiros estavam em tratamento e 69% se encontravam em supressão viral.

“As respostas ao HIV têm sucesso quando estão baseadas em uma forte liderança política. Isso significa respeitar a ciência, dados e evidências; enfrentar as desigualdades que impedem o progresso na resposta ao HIV e outras pandemias; fortalecer as comunidades e as organizações da sociedade civil em seu papel vital na resposta; e garantir financiamento suficiente e sustentável”, reforça o relatório.

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