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AGU admite que governo soube 10 dias antes de “iminente colapso” em Manaus

Advocacia-Geral da União citou avisos em manifestação feita em processo que corre no Supremo Tribunal Federal

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Com falta de oxigênio, Itacoatiara faz corrida a Manaus para reabastecer cilindros do gás
1 de 1 Com falta de oxigênio, Itacoatiara faz corrida a Manaus para reabastecer cilindros do gás - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Obrigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a prestar contas sobre sua atuação na crise sanitária que assola o Amazonas, o governo federal admitiu que teve conhecimento no início de janeiro que o sistema de saúde de Manaus sofria a “possibilidade iminente de colapso em 10 dias”, que poderia provocar “aumento da pressão sobre o sistema entre o período de 11 a 15 de janeiro”, como efetivamente ocorreu, com dezenas de pacientes morrendo por falta de estoque de oxigênio nos hospitais da capital amazonense.

O conhecimento sobre a gravidade da situação foi admitido pela Advocacia-Geral da União (AGU) em processo que corre no STF. De acordo com os advogados do governo, ainda no ano passado, no fim de dezembro, o acompanhamento da situação sanitária “relativa à cidade de Manaus revelou aumento significativo no número de hospitalizações”.

Então, no início de janeiro, o Ministério da Saúde teria concluído em reuniões, ainda segundo a AGU, que o colapso era iminente. No dia 7 de janeiro, a White Martins, empresa que fornece oxigênio para unidades de saúde em Manaus, avisou o governo local que os estoques não dariam conta da demanda crescente. A AGU admitiu que o governo federal recebeu essa informação no dia seguinte.

“O Ministério da Saúde não havia sido informado da crítica situação do esvaziamento de estoque de oxigênio em Manaus, ciência que apenas se operou em 8 de janeiro, por meio de e-mail enviado pela empresa fabricante do produto”, diz a manifestação enviada ao ministro Ricardo Lewandowski pela AGU.

Os advogados do governo não informaram ao STF a razão de um plano de contingência não ter sido colocado em prática. Dias depois, em 11 de janeiro, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, foi à capital do Amazonas, defendeu o “tratamento preventivo” para a Covid-19, que não tem comprovação científica, e não levou cilindros de oxigênio.

Pazuello ainda chegou a afirmar que a Força Aérea Brasileira não tinha aviões para abastecer imediatamente a cidade com oxigênio, problema que foi resolvido depois.

Desde então, a FAB tem auxiliado no envio de insumos médicos a Manaus. No sábado (17/1), um cargueiro KC 390 da FAB levou cerca de 5 toneladas de material hospitalar para apoiar o Hospital de Campanha em Manaus. Veja o desembarque:

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