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Agricultura: água usada pela cervejaria Backer estava contaminada

Ministério da Agricultura confirmou presença de dietilenoglicol na água usada para refrigeração dos produtos

atualizado

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1 de 1 Imagem de cerveja Backer - Metrópoles - Foto: Divulgação

O coordenador-geral de Vinhos e Bebidas do Ministério da Agricultura, Carlos Vitor Müller, informou nesta quarta-feira (15/01/2020) que análises indicaram a presença de dietilenoglicol em cervejas da Backer que estavam em processo de produção. Além disso, foi comprovada a contaminação, pela mesma substância, da água usada no processo de refrigeração do produto.

“Os controles de produção demonstram que os lotes que já detectamos como contaminados passaram por distintos tanques, afastando a possibilidade de ser um evento relacionado a um lote ou tanque específico”, explicou Müller.

Segundo o especialista, evidências apontam que a contaminação ocorreu nas dependências da empresa. Há notas que indicam a compra, pela cervejaria Backer, de grande quantidade da substância.

Müller afirma que esse produto é geralmente usado nos processos de refrigeração. Ele está presente na água usada para a produção da cerveja. Contudo, não é possível informar ainda os motivos reais da contaminação com etilenoglicol. Há hipóteses.

“A gente não consegue afirmar de que forma ocorre essa contaminação. Nenhuma hipótese pode ser descartada. Sabotagem pode ter ocorrido ou uma utilização incorreta da substância para melhorar a performance de resfriamento ou um vazamento”, explicou o especialista.

O que se sabe até agora:

  • Dois óbitos foram confirmados e um, notificado. Foi comprovada a presença de dietilenoglicol no sangue das vítimas.
  • De acordo com o Ministério da Agricultura, 139 mil litros de cerveja e 8.480 litros de chope foram apreendidos.
  • Os produtos da cervejaria Backer foram recolhidos e a empresa está temporariamente fechada – até que comprove condições de voltar a operar.
  • A substância teria provocado uma síndrome nefroneural que afetou 18 psssoas em Minas Gerais. O caso vem mobilizando as autoridades de saúde desde o início de janeiro.
  • Os sintomas da síndrome podem incluir náusea, vômito e dor abdominal, evoluindo rapidamente para insuficiência renal e alterações neurológicas.
  • Apenas os lotes L2 1354 e 1348 e suas duas linhas de produção – L1 e L2 – haviam sido confirmados como contaminados.

O uso do etilenoglicol no processo de produção da cerveja é comum e não há proibição da substância. No entanto, o Ministério da Agricultura, em parceria como a Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), vai discutir a melhor forma de regular essa molécula no Brasil.

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