“Agredido como se fosse um animal peçonhento”, diz MPRJ sobre Moïse
Ao denunciar três suspeitos pelo assassinato de congolês, MPRJ ressaltou que crime ocorreu com crueldade
atualizado
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O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou três suspeitos pela morte do congolês Moïse Kabagambe em um quiosque na Barra da Tijuca e pediu as prisões preventivas de Fábio Pirineus da Silva, Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca e Brendon Alexander Luz da Silva.
Na denúncia, apresentada nesta segunda-feira (21/2), o MP denuncia o trio por homicídio. O congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, de 25 anos, foi morto a pauladas ao lado de um quiosque na Barra da Tijuca, zona oeste da cidade, no dia 24 de janeiro.
Segundo o Ministério Público, “Moïse foi agredido com crueldade, como se fosse um animal peçonhento”. “Os denunciados, “com vontade livre e consciente de matar, em comunhão de desígnios e ações entre si, agrediram a integridade corporal do congolês”, ressalta o MP.
Um dos suspeitos teria dito à polícia, ao se entregar, que, na noite do crime, Moïse teria pegado uma cadeira para agredir um idoso no quiosque. Os suspeitos teriam tentado evitar, iniciando a sessão de espancamento contra o jovem congolês.
Extravasar a raiva
Um dos presos, Aleson Cristiano, que trabalhava como cozinheiro no quiosque Biruta, ao lado do quiosque onde ocorreu o crime, afirmou que as agressões contra o congolês aconteceram para “extravasar a raiva”, pois o jovem estaria “perturbando há alguns dias”.
A versão do suspeito conflita com o depoimento da família do jovem. Os parentes da vítima asseguram que Moïse foi cobrar o pagamento por duas diárias trabalhadas. Ele deveria receber R$ 200.
“Ninguém devia nada a ele. Foi um fato por impulso. A gente viu ele com a cadeira na mão e foi tentar ajudar o senhor”, relatou o suspeito.