Agenda de Bolsonaro no Nordeste teve tentativa de aproximação a caminhoneiros e elogios a Araújo e Lira
O presidente também aproveitou para comemorar resultado do Caged em 2020
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) esteve, na manhã desta quinta-feira (28/1), em Propriá, no estado de Sergipe. Ele participou de cerimônia de entrega do tráfego na ponte sobre o Rio São Francisco, na BR-101, entre Alagoas e Sergipe, e aproveitou para construir uma agenda positiva em relação a assuntos polêmicos.
Um deles refere-se à greve dos caminhoneiros. Nessa quarta-feira (27/1), o chefe do Executivo pediu que a categoria não interrompa os serviços a partir da semana que vem. No evento no Nordeste, ele foi até caminhoneiros que estavam à beira da BR-101 e passou quase meia hora em apertos de mãos e cumprimentos.
A paralisação do grupo está convocada para a próxima segunda-feira (1º/2). O mandatário da República abordou a redução do PIS/Cofins sobre o diesel, uma das demandas dos caminhoneiro, em agenda com o ministro Paulo Guedes nessa quarta-feira (27/1).
Defesas
Ao lado do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, o chefe do Executivo aproveitou para defendê-lo. O chanceler recebeu críticas pelas negociações com países produtores de vacinas, como Índia e China.
O mandatário da República indicou que o fato de o ministro ser alvo de críticas na imprensa brasileira é um bom sinal.
“Eu sempre digo: se ministro meu for elogiado pela mídia, ele corre o risco de ser demitido. Sem querer generalizar a nossa mídia, temos bons jornalistas, mas os figurões da mídia o tempo todo criticam o nosso Ernesto Araújo, o nosso homem que faz a ligação, que faz relações públicas com o mundo todo. Assim sendo, com essa equipe de ministros, fica bem mais fácil trabalhar.”
Bolsonaro também usou o evento para tentar puxar votos ao líder do Centrão, Arthur Lira (PP-AL), que disputa a presidência da Câmara dos Deputados. A eleição interna ocorre na próxima segunda-feira (1º/2), às 19h.
O presidente afirmou que, “se Deus quiser”, Lira será eleito. O titular do Palácio do Planalto cometeu um ato falho no discurso, ao declarar que, uma vez eleito, o aliado passaria a ser o “segundo homem na linha hierárquica do Brasil” – o segundo na ordem sucessória é o vice-presidente, Hamilton Mourão. O presidente da Câmara é o terceiro.
O principal adversário de Lira é Baleia Rossi (MDB-SP), presidente nacional do MDB e candidato do atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), com quem Bolsonaro passou a antagonizar frontalmente. Rossi conta com o apoio de siglas da oposição.
Caged
Pouco antes, o chefe do Executivo havia comemorado o resultado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), divulgado nesta quinta-feira (28/1). O emprego celetista no Brasil apresentou expansão no acumulado do ano (janeiro a dezembro de 2020), registrando saldo de 142.690 postos. Esse número decorre de 15.166.221 admissões e de 15.023.531 desligamentos.
“Foi anunciado, agora há pouco, o dado do Caged, que é aquela relação de emprego e desemprego. E nós terminamos o ano de 2020 com mais gente de carteira assinada do que dezembro de 2019. Ou seja, mesmo durante a pandemia, tivemos perda de emprego em abril e maio, depois recuperamos isso daí”, celebrou.