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Agência do governo usa gênero neutro em matéria sobre encontro LGBT+

A agência pública de notícias adotou no fim de semana o gênero neutro ao falar sobre encontro de parlamentares “candidates” e “eleites”

atualizado

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Giovanna Bembom/ Metrópoles
Pessoa segurando bandeira LGBT- Metrópoles
1 de 1 Pessoa segurando bandeira LGBT- Metrópoles - Foto: Giovanna Bembom/ Metrópoles

A Agência Brasil adotou o gênero neutro em matéria sobre encontro de parlamentares LGBT+, publicada no último sábado (21/1). A agência pública de notícias, que pertence à Empresa Brasil de Comunicação (EBC), alegou que o uso do gênero neutro nas construções das frases ocorreu em atendimento a um pedido das parlamentares, indicando que o emprego foi pontual.

A matéria trata do 1º Encontro de LGBT+ eleitos em 2022, realizado nos dias 20 e 21 de janeiro em Brasília. O evento reuniu parlamentares eleitos para a Câmara dos Deputados e também para as Assembleias Legislativas dos Estados. O encontro antecede o Dia Nacional de Visibilidade Trans, lembrado em 29 de janeiro.

Ao longo do texto, foram empregadas palavras como “candidates” e “eleites”.

A linguagem neutra, que é rechaçada pela parcela mais conservadora da população, consiste em uma adaptação da regra pronominal normativa para que pessoas não binárias se sintam identificadas na comunicação verbal e não verbal.

Popularizada na internet, a linguagem altera os artigos masculino e feminino pelo “e”, a fim de que as palavras se tornem neutras. Em alguns casos, as pessoas também substituem os artigos pelo “x” ou por um “@”.

Na seara dos pronomes pessoais, ainda há o uso do “u” para indicar alguém que não se identifica como mulher ou homem, em casos nos quais a letra “e” já está em uso, por exemplo “ele”. Um exemplo claro de como a regra seria aplicada em uma frase seria: “Elu é bonite”.

Gramaticalmente, na forma culta do português, utiliza-se o pronome masculino quando se fala de mais de um gênero, o chamado masculino genérico, que denota os gêneros feminino e masculino.

Autoridades empregam o gênero neutro

Desde o dia 1º de janeiro, algumas figuras do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vêm lançado mão da linguagem neutra de gênero.

O ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, foi um dos primeiros a aderir à neutralidade de gêneros. Quando tomou posse, em 2 de janeiro, o petista começou seu discurso com a frase: “Boa tarde a todas, a todos e a todes”.

No entanto, não há consenso no governo sobre a adoção da linguagem. Como mostrado pelo Metrópoles, a ministra do Turismo Daniela Carneiro (União Brasil-RJ), mais conhecida como Daniela do Waguinho, é coautora de projeto de lei (PL) que veda o uso de linguagem neutra por escolas públicas e privadas.

O PL foi apresentado quando Daniela ainda exercia o mandato de deputada federal. O texto justificava que a proibição deveria ser feita “para proteger os estudantes brasileiros e evitar tal afronta ao papel do ensino escolar”.

Atualmente, 15 projetos de lei que citam a linguagem neutra tramitam na Câmara dos Deputados, todas apresentadas com o objetivo de banir a inserção dessa linguagem em políticas públicas.

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