África do Sul diz que eventual afastamento do Brics prejudicará Brasil
Presidente sul-africano afirmou que as políticas de Bolsonaro são “diferentes” e seu país estava mais próximo do PT
atualizado
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O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, alertou nesta quinta-feira (1º/11) que, se o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) se afastar do Brics (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e da defesa do multilateralismo, acabará prejudicando os interesses do país. Ramaphosa está na presidência rotativa do Brics.
Durante um encontro com correspondentes estrangeiros em Johanesburgo, Ramaphosa felicitou Bolsonaro pela vitória. Ele afirmou que suas políticas são “diferentes” e que a África do Sul “estava mais próxima” do PT.
“Se [Bolsonaro] atuar contra o que defendem os países do Brics, isso será em detrimento do Brasil e dos brasileiros”, afirmou o presidente sul-americano. “Ele entrará para uma família Brics que está quase irrevogavelmente comprometida com o multilateralismo, ele entrará para uma família Brics que procura fazer as coisas de uma maneira que fortaleça o benefício mútuo. Se começar a empurrar em uma direção diferente, acabará prejudicando o interesse do Brasil”, completou.
Ramaphosa disse que acredita que Bolsonaro não deixará passar as “oportunidades” oferecidas pelo Brics. Consultado sobre as opiniões racistas expressadas no passado por Bolsonaro, especialmente contra a comunidade afrodescendente brasileira, Ramaphosa espera que o tratamento favoreça um melhor “entendimento”. “Tratar, falar e colaborar é um grande antídoto para estes tipos de extravagantes enfoques porque te permite ver o outro lado da história e acredito que é isso o que faremos.”