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Afinal, quando a fumaça que cobre o Brasil vai se dissipar?

Para esta terça-feira (27/8), previsão do Inpe é que situação continue crítica. Ibama adota nova estratégia de combate ao fogo

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Igo Estrela/Metrópoles @igoestrela
Imagem colorida de fumaça no Distrito Federal
1 de 1 Imagem colorida de fumaça no Distrito Federal - Foto: <p>Igo Estrela/Metrópoles<br /> @igoestrela</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-geral-quadrado-1"></div></div> <div class="truvidPos"></div></p>

A fumaça que encobre Goiás, Distrito Federal e outras partes do Brasil desde o último domingo (25/8) vai permanecer pelo menos até esta terça-feira (27/8). A partir de quarta, a situação no centro do país deve ser amenizada, de acordo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

“Ainda assim, a fumaça, tanto da região Norte e Centro-Oeste quanto de São Paulo, deve continuar atingindo Goiás e Distrito Federal. As queimadas locais também contribuem para a má qualidade do ar”, explica Karla Longo, pesquisadora do Inpe.

A saída da frente fria que atuava no Sul terá influência na dissipação da fumaça em todo o Brasil. Ela funcionava como uma espécie de barreira para a fumaça que se desloca da Amazônia. Quando esta atua, há um direcionamento maior da fumaça para a região Sudeste. Sem a frente fia, a fumaça vai para o Sul.

Longo explica ao Metrópoles que o deslocamento da fumaça segue um padrão. Além disto, a Alta Subtropical do Atlântico Sul (Asas) tende a se deslocar para o centro do Brasil. Ela favorece o fogo local e reduz a dispersão de poluentes. Ventos alíseos, que nesta época são tipicamente do Leste e Sudeste, “empurram” a fumaça para o Oeste. Quando a fumaça encontra a barreira dos Andes, pega embalo junto com os jatos de baixos níveis rumo ao Sul.

Imagem colorida mapa deslocamento da fumaça

“Isso tem uma variabilidade diária. A cada dia, você vai ter um padrão diferente. Normalmente, nos meses de agosto e setembro, a Asas está muito bem comportada em cima do continente. Você vai ficar às vezes um mês, dois meses, sem nenhuma chuva na região e com um clima muito seco, que é exatamente o que nós estamos vivendo agora”, complementa a especialista.

Os volumes de chuva em São Paulo, conforme as estações do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), não foram elevados. Em Bauru, foi apenas 0,8 milímetro (mm) no acumulado de sábado e segunda. Nos mesmos dias, a chuva foi um pouco mais generosa em Piracicaba (5 mm), São Paulo – Interlagos (4,2 mm) e São Simão (30,8 mm).

O reflexo das chuvas pode ser percebido no monitoramento diário das queimadas realizado pelo Inpe. O estado de São Paulo registrou o pico de fogo de agosto na última sexta-feira dia (23/8), quando houve 1.886 registros. No sábado, ainda ocorreram 305 focos de calor, e no domingo, apenas dois foram registrados.

Do início do ano até o domingo, foram 5.280 queimadas no estado paulista. No ano passado, o mesmo período contabilizou 5.280 focos de calor, o que representa um aumento de 378% neste ano.

Mais queimadas

Em todo o Brasil, houve 107.133 queimadas do dia 1º do ano até o domingo, o que significa um aumento de 75%, ante os 61.164 registros do mesmo período de 2023. Em 2024, o bioma com maior número de incêndios é a Amazônia, com 50.116 focos.

Do ano passado para cá, o Pantanal registrou o maior aumento de queimadas. Em 2023, foram 388 ocorrências. Neste ano, já são 8.514, o que representa um incremento de 2.094%.

No estado de Goiás, foram 2.539 queimadas até domingo, um aumento de 40%, no comparativo com os 1.810 registros do mesmo período de 2023. O Distrito Federal, até 25 de agosto de 2023, somou 68 queimadas. Neste ano, já são 157, uma alta de 130%.

Ibama

Presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Ibama), Rodrigo Agostinho, afirmou ao Metrópoles que uma sala de situação de monitoramento de queimadas iria começar a funcionar nesta segunda (26/8). Ele acrescentou que uma das estratégias para o combate ao fogo seria intensificar a fiscalização.

“Será reforçada principalmente ao longo das estradas da Amazônia, na BR-163, BR-230, que é a Transamazônica, e BR-319, perto próxima de Rondônia. A gente vai reforçar bem a fiscalização para coibir as ações de desmatamento e de degradação florestal, que, também no caso específico da Amazônia, está muito ligado ao desmatamento”, afirmou Agostinho.

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