Afastado, Delegado Da Cunha diz que trabalhará “com caveira de justiceiro”
Afastado das ruas, youtuber policial que se filiou ao MDB diz que está sendo perseguido e pede que delegado-geral explique patrimônio
atualizado
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São Paulo – Alvo de processo administrativo na Polícia Civil, o delegado Carlos Alberto da Cunha pede se investigue o patrimônio do delegado-geral Ruy Ferraz e diz que o governador João Doria (PSDB) teme quer torná-lo inelegível.
“Não tenho processo por corrupção nem patrimônio. Doutor Ruy mostra seu patrimônio, explica ele todo (…). Sabem por que instauram inquérito policial? Não é para prender. Ele quer deixar inelegível. Doria está com medo deste preto aqui virar governador”, disse o delegado, mais conhecido como Da Cunha, em transmissão ao vivo no YouTube e no Instagram.
Segundo ele, o medo do sistema é um homem negro de 44 anos vire governador de São Paulo e passe a comandar o orçamento. “O medo é perder o controle de R$ 250 bilhões”, diz.
O delegado, que é dono do maior canal policial brasileiro no YouTube, foi afastado das operações de rua e teve armas e distintivo recolhidos em julho, após ter chamado policiais de “ratos”. Em seguida, ele tirou férias, se afastou do órgão e se filiou ao MDB. Agora, ele diz que vai fazer reportagens investigativa para cobrar providências das autoridades.
De acordo com o youtuber, depois de tirá-lo das ruas, a polícia montou uma estratégia para prendê-lo. “Querem ver o negão preso. Eu vou chegar lá e vou virar líder da galera”, afirmou.
Ainda na transmissão ao vivo, Da Cunha disse ainda que se for para a cadeia, fará acordo de delação premiada. “Eu sei de tanta coisa”, disse. “Eu só vou me calar morto. Enquanto eu estiver vivo, vou ficar lutando pelo povo brasileiro”, afirmou em outro momento do vídeo.
No mês passado, o Ministério Público de São Paulo instaurou inquérito para investigar possível enriquecimento ilícito do delegado. A suspeita é que ele teria ganhado dinheiro com vídeos de operações oficiais da Polícia Civil. Essa prática é irregular e fere a lei de improbidade administrativa.