1 de 1 Brasília (DF), 14/03/2016 - Avião pousa do aeroporto internacional jk em brasília- Foto, Michael Melo/Metrópoles
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Enquanto empresas aéreas internacionais e países suspendem voos para a Rússia, em guerra com a Ucrânia, companhias brasileiras preveem alta do preço das passagens – que já tem inflação acumulada de quase 20% nos últimos 12 meses – devido ao conflito no Leste Europeu.
O setor avalia que variações nos preços dos combustíveis, do dólar e de commodities podem dificultar ainda mais a recuperação do mercado aéreo, ainda bastante calejado da crise econômica causada pela Covid-19.
A União Europeia (UE) e o Canadá impuseram, no último domingo (27/2), proibição geral de voos aos aviões russos.
No Brasil, não há rotas aéreas, diretas ou com escalas, vigentes para a Rússia. A informação é da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Dessa maneira, as três maiores companhias do país – Latam, Gol e Azul – seguem operando normalmente, apesar da guerra no Leste Europeu.
Em nota enviada ao Metrópoles, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) confirmou que suas associadas não operam voos que tenham como destino final a região do conflito, incluindo a Ucrânia, e assegurou acompanhar “com atenção os impactos nas cotações do dólar e do petróleo, que podem aumentar ainda mais os custos do setor aéreo”.
A Abear reiterou a esperança e o desejo de que a situação seja resolvida rapidamente por meio da diplomacia.
De acordo com o levantamento mais recente da Anac, a tarifa aérea média doméstica real no terceiro trimestre de 2021 foi de R$ 529,93, o maior valor desde 2013. Trata-se de aumento de 45,3% em relação ao mesmo período de 2020.
Em artigo publicado no Linkedin, o CEO da Latam Airlines Brasil, Jerome Cadier, apontou que a invasão da Ucrânia pelos russos deverá causar uma série de impactos no setor aéreo.
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que pode desencadear um conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível guerra
Wolfgang Schwan/Anadolu Agency via Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
Agustavop/ Getty Images
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Getty Images
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
Poca/Getty Images
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro
Kutay Tanir/Getty Images
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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta
OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território
AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território
Elena Aleksandrovna Ermakova/ Getty Images
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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado
Will & Deni McIntyre/ Getty Images
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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles
Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo
Vinícius Schmidt/Metrópoles
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Em meio à troca de acusações, os Estados Unidos dizem que há uma ameaça "iminente" de Moscou a Kiev e enviaram mais de 8 mil soldados para a Europa Oriental
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Putin reconheceu oficialmente a independência de duas regiões da Ucrânia controladas por separatistas pró-Rússia. Poucas horas depois, anunciou o envio de soldados para Donetsk e Luhansk, com a suposta missão de pacificar a área
Alexei NikolskyTASS via Getty Images)
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Como resposta, a União Europeia e os Estados Unidos proibiram transações econômicas com bancos e entidades que financiam o aparato militar da Rússia. As medidas atingem políticos russos, bancos, o setor de defesa e de mercados de capitais
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O Ministério das Relações Exteriores russo informou que evacuou os últimos diplomatas em serviço no país vizinho. Para a chancelaria de Putin, os diplomatas russos correm risco de sofrer violência
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Sob risco de invasão, o ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, pediu mais armas aos países do Ocidente. Ele defendeu que essa seria uma forma de resistir contra a Rússia
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“Temos que monitorar e reagir a três potenciais impactos: 1) no preço do combustível e no câmbio; 2) no mercado de capitais e na disponibilidade de crédito; e 3) no preço e na disponibilidade de commodities relevantes para a indústria (como titânio, por exemplo, necessário para a fabricação de aviões)”, elencou o executivo, ao questionar retoricamente quanto tempo isso vai durar.
O preço do barril do petróleo Brent disparou mais uma vez nessa segunda-feira e voltou a bater US$ 100.
“Pelas primeiras reações, o impacto nos custos das cias aéreas é inegável. Infelizmente, na situação que está o setor, estes aumentos vão impactar os preços das passagens. É uma pena, especialmente em um momento no qual o que mais queremos é voltar a voar”, prosseguiu Cadier.
De acordo com a Anac, as aéreas são livres para praticar o preço, conforme a demanda e a oferta do mercado.
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