Advogado dos Brazão pediu documento para isentar irmãos, diz Lessa
Em delação premiada, Ronnie Lessa afirmou que a defesa dos irmãos Brazão pediu que ele assinasse um documento que os distanciasse do crime
atualizado
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Ronnie Lessa, ex-policial militar e assassino confesso da vereadora Marielle Franco, disse em delação premiada à Polícia Federal que um advogado dos irmãos Brazão pediu para que ele assinasse um documento afirmando que não conhecia nenhum dos dois. O objetivo seria distanciar os irmãos do crime.
“Ele quer fazer um documento em que você diga que não conhece os clientes dele e que eles não tem nada a ver com isso”, contou Lessa.
O ex-policial ainda afirmou que aquele pedido pareceu um ato de desespero por parte dos Brazão.
“Aquilo eu quase cai pra trás. Não é uma coisa normal, não é uma coisa comum, é um ato de desespero. Só que um ato de desespero leva ao erro, levou a evidências. Para que submeter a um negócio desses? Eu desconversei, falei não”, destaca o assassino confesso.
Ronnie Lessa, por fim, afirmou que não conhecia os irmãos e que não queria mais se associar a esse crime. “Eu nem conheço esses caras, não quero, não quero. Manda tirar essa procuração daqui, porque o cara já tinha enviado a procuração no e-mail”.
Delação premiada
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes derrubou, nesta quinta-feira (7/6), sigilo da delação premiada do ex-policial militar do Rio de Janeiro Ronnie Lessa, que é apontado como o assassino da vereadora Marielle Franco (PSol) e do motorista Anderson Gomes em março de 2018.
Alexandre de Moraes, em decisão, explicou que “diante de inúmeras publicações jornalísticas com informações e trechos incompletos dos vídeos relativos às declarações prestadas por Ronnie Lessa em sede de acordo de colaboração premiada, torno públicos os Anexos 1 e 2 do referido acordo, bem como os vídeos a eles relacionados, conforme concordância da Polícia Federal que apontou não existir mais necessidade do sigilo para as investigações”.