Advogado de kid preto preso por plano de golpe cita “coincidência”
Rodrigo Bezerra de Azevedo foi preso no âmbito da Operação Contragolpe, deflagrada para a PF contra militares e um policial
atualizado
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A defesa de tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo afirmou, durante depoimento à Polícia Federal (PF) após a prisão, que um dos elementos que o ligam à trama golpista seria, na verdade, “uma grande coincidência”.
“Está havendo uma grande coincidência”, afirmou o advogado Jeffrey Chiquini durante a oitiva. Tanto a defesa quanto o investigado alegaram que o militar teria pego o celular que o vincula à trama no Comando de Operações Especiais, em Goiânia, por acaso.
O relatório da PF liga Rodrigo à operação Copa 2022, ocorrida em 15 de dezembro de 2022, e que teria como objetivo prender ou matar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O militar, entretanto, apesar de preso preventivamente, não consta na lista de indiciados.
Durante a operação que mirava Moraes, os envolvidos discutiam os passos do planejamento no aplicativo de troca de mensagens Signal. Para evitar a identificação, utilizaram técnicas de anonimização, com uso de codinomes. Nesse caso, foram escolhidos nomes de países, como “Alemanha”, “Argentina”, “Brasil”, “Áustria”, “Gana” e “Japão”
Segundo o relatório da autoridade policial, Rodrigo estaria ligado ao terminal “Brasil”, por ter cadastrado um número de celular no mesmo aparelho utilizado na ação do dia 15 de dezembro de 2022. A ativação ocorreu em 29 de dezembro de 2022, portanto, 14 dias após a operação clandestina.
O tenente-coronel ainda afirmou, durante o depoimento, que em 15 de dezembro estava em casa. “Tava em casa, eu tenho inclusive testemunhas. Era dia do meu aniversário”, disse.
“Eu só queria acrescentar, doutor, foi uma infeliz coincidência isso ai. Eu estou preso aqui, a meu ver, injustamente. Não tive participação nenhuma desses dados que estão sendo colocados. E eu espero que, o mais rápido possível, tudo possa se clarear”, afirmou em outro momento.
Rodrigo foi preso no âmbito da Operação Contragolpe em 19 de novembro deste ano. Ao todo, quatro “kids pretos” e um policial federal foram alvos de mandados de prisão e de busca e apreensão.