Advogado de Bolsonaro sobre áudios de Mauro Cid: “Gravíssimo”
Fabio Wajngarten afirmou que a defesa de Bolsonaro vai tomar as “devidas providências” sobre o que chamou de “potencial jogo duplo” de Cid
atualizado
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Em publicação no Twitter, Fabio Wajngarten, advogado e ex-Secom de Jair Bolsonaro (PL), afirmou ter ficado surpreendido com o que chamou de “potencial jogo duplo” de Mauro Cid, após áudios do militar terem sido divulgados. Na gravações, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro critica a Polícia Federal e o ministro do STF Alexandre de Moraes.
“Ainda não tenho opinião formada, nem juízo de valor, diante de tantas possibilidades que podem ter ocorrido”, aponta Wajngarten.
Em um dos áudios, divulgados pela revista Veja, Mauro Cid afirmou que os investigadores da PF queriam que ele falasse “coisas que não aconteceram”.
“Eles não aceitavam e discutiam que a minha versão não era verdadeira, que não podia ter sido assim, que eu estava mentindo. Eles já estão com a narrativa pronta. Eles não queriam saber a verdade”, disse Cid a um interlocutor de seu círculo próximo, afirmando depois se tratar de um desabafo.
Ouça:
Em gravação, Mauro Cid reclama da Polícia Federal e diz que Alexandre de Moraes tem ‘sentença pronta’.
Em material obtido pela Revista Veja, ex-ajudante de ordens da Presidência também relata um suposto encontro entre Moraes e Jair Bolsonaro na casa de Ciro Nogueira.
Ouça ▶️ pic.twitter.com/OXNvdixzdk
— Metrópoles (@Metropoles) March 21, 2024
Defesa de Bolsonaro tomará “providências”
Wajngarten chama a atenção para o fato de que a imprensa retratou, durante a semana, possível discrepância entre o que o Cid falou para a PF e o depoimento posteriormente divulgado.
“Isso é gravíssimo. O levantamento do sigilo das gravações dos depoimentos dele, na íntegra, poderá dirimir potenciais dúvidas e dará a transparência necessária para a elucidação de parte dos fatos”, escreveu.
Segundo o advogado, se o vazamento dos áudios for uma estratégia da defesa de Cid, ele não crê “que tenha sido oportuna”. “De todo modo, a defesa do presidente [Bolsonaro] tomará as devidas providências ao longo do dia”, conclui.
Na semana passada, a coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles, já tinha noticiado que Cid vinha reclamando do que chamava de “narrativas” construídas pela PF. Por causa disso, o militar pediu à corporação acesso aos vídeos de seus depoimentos.