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Advogado de bolsonarista que planejou atentado é réu por organização criminosa

Advogado bolsonarista foi denunciado em operação do Ministério Público que investiga suposta organização criminosa em presídios de Goiás

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jorge chediak e jair messias bolsonaro - Metrópoles
1 de 1 jorge chediak e jair messias bolsonaro - Metrópoles - Foto: Reprodução

O advogado Jorge Anthonny Chediak Rezende Filho, de 33 anos, responde a um processo por organização criminosa* no Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO). Chediak é advogado de George Washington de Oliveira, bolsonarista preso por planejar um atentado a bomba no Aeroporto de Brasília na estação de energia elétrica em Taguatinga (DF).

Chediak também é um militante bolsonarista, que foi muito ativo no acampamento do QG do Exército em Brasília, mas garantiu para a reportagem que é totalmente contra o vandalismo, como os atos violentos que ocorreram em 8 de janeiro na Praça dos Três Poderes. O advogado compartilhou um Pix para a Ceia de Natal do acampamento bolsonarista.

Em novembro de 2016, o Ministério Público de Goiás (MPGO) deflagrou a Operação Livramento. Na época, 43 pessoas foram denunciadas por suspeita de participar de uma organização criminosa que atuava em presídios goianos.

Jorge Chediak foi um dos denunciados e ainda é réu no processo, que tramita na Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa.

Investigação

As denúncias do MPGO foram baseadas em cinco inquéritos da Polícia Civil. Segundo a promotoria, foram apresentadas dezenas de crimes cometidos entre 2013 e 2016 no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, região metropolitana da capital de Goiás.

Ainda segundo o MPGO, a investigação mostrou que servidores dos presídios recebiam propinas, intermediadas por advogados, para liberações indevidas de presos.

“Os envolvidos, associados entre si, tinham estrutura ordenada e com divisão de tarefas para a obtenção de vantagem indevida, mediante a prática de diversas infrações penais, tais como corrupção ativa, corrupção passiva, falsificação de documentos e outras”, defendeu o MPGO na época.

Entre os crimes apurados, havia a falsificação de decisões judiciais, cartas de emprego e laudos de fiscalização de emprego, além da inclusão de dados falsos no sistema de informática para acelerar a concessão de progressão de regime.

No último dia 10 de novembro de 2022, Jorge Chediak foi um dos dois réus que faltaram a uma audiência de instrução e julgamento do processo oriundo dessa operação.

Serei absolvido

Procurado pelo Metrópoles, Jorge Chediak disse que deve ser absolvido das acusações do MPGO em breve e sugeriu que foi denunciado de forma injusta por causa de um grampo telefônico mal interpretado.

“Em relação ao meu processo, eu vou ser absolvido em breve, eu trabalhei como advogado criminalista por oito anos, aproximadamente. Certa vez, ouvi um cliente dizendo que a diretora que havia assumido o semiaberto de Aparecida de Goiânia recebia propina”, relatou o advogado.

“Na própria ligação eu havia falado ao meu cliente que eu não sabia quem era ela, mas que se ela pegava propina, era uma vagabunda que deveria estar presa! Essa ligação consta nas escutas telefônicas nos autos do processo”, contou ainda Jorge Chediak.

“Por este motivo eu disse que em breve devo ser absolvido, o Ministério Público pretende me jogar contra a parede para delatar todo mundo, este é o motivo para que o Ministério Público me denunciasse, pois no inquérito policial eu não fui sequer indiciado”, concluiu o advogado.

Sobre o Pix para Ceia de Natal do acampamento bolsonarista, o advogado defendeu que “o fato de ter comparecido na noite de natal e ter ajudado no dia da ceia não significa que eu financiei movimento de golpe de estado”.

*Inicialmente a reportagem informou que Jorge Chediak era réu por corrupção. Na verdade, Chediak é réu por suspeita de promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por interposta pessoa, organização criminosa com concurso de funcionário público, valendo-se a organização criminosa dessa condição para a prática de infração penal.

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