Advogada sobre prisão de Brennand: “Casos não ficarão mais impunes”
Gabriela Manssur, que atua na defesa das mulheres que denunciam o empresário, afirma que o caso representa um marco contra a violência
atualizado
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A advogada Gabriela Manssur, que representa as mulheres vítimas de Thiago Brennand, preso nos Emirados Árabes nesta sexta-feira (14/10), afirmou que o caso representa um marco no combate à violência contra a mulher. O empresário, que era considerado foragido, acumula uma série de acusações de estupro, ameaça, tortura, agressão e diversos crimes contra mulheres.
Ele ficou conhecido após ser filmado agredindo a modelo Helena Gomes em uma academia na capital paulista. Após a divulgação do vídeo, surgiram várias outras denúncias. Para a advogada, a repercussão encorajou outras mulheres, que eram intimidadas e ameaçadas, a virem a público denunciar.
“A prisão representa, de fato, uma sensação de Justiça nos crimes de violência contra a mulher. Significa que as leis estão mais fortes do que a violência, demonstrando que esses casos não ficarão mais impunes”, disse Manssur em entrevista ao Metrópoles. “É um grande marco e mostra que, independentemente de quem seja, da condição financeira, não vai passar em branco.”
Brennand foi preso nesta sexta-feira (14/10), em Abu Dhabi, pela Interpol. A Polícia Federal ficará responsável por traze-lo para o Brasil – o foragido aguarda os trâmites relativos à extradição. As autoridades ainda não divulgaram quando ele será transferido.
O Ministério Público de São Paulo denunciou o homem por crimes de estupro (cinco vezes), cárcere privado, tortura, lesão corporal de natureza gravíssima e coação no curso do processo.
Ele também é acusado de constrangimento ilegal (três vezes), ameaça (quatro vezes), registro não autorizado da intimidade sexual e divulgação de cena de estupro ou sexo (oito vezes). A promotoria pediu a prisão preventiva de Brennand.
Além de defender as mulheres, Manssur também foi vítima de intimidação pelo empresário. O homem publicou vídeos em suas redes sociais com ataques à advogada. O caso também está sendo investigado.
“Quando esses homens têm o comportamento exposto para sociedade e têm mulheres envolvidas — advogadas, delegadas, promotoras, eles tentam desqualifica-las”, avalia ela. “Eles não admitem que mulheres representem sistema de Justiça. É, realmente, um comportamento preconceituoso com todas as mulheres.”