Advogada conta como protegeu 5 meninos na queda de rocha em Capitólio
Isabel Martins da Costa mora no Rio e estava na Lagoa de Furnas, em Capitólio (MG), quando paredão de rocha desabou. Ela levou 200 pontos
atualizado
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Rio de Janeiro – A advogada Isabel Martins da Costa, de 46 anos, estava numa lancha na Lagoa de Furnas, na cidade de Capitólio (MG), no momento em que o paredão de rocha se deslocou em sua direção naquele sábado, 8 de janeiro.
Vídeo: rocha de cânion cai e atinge lanchas em Capitólio (MG)
Ela estava acompanhada na embarcação pelo filho Felipe, de 14 anos, suas duas irmãs e cunhados, quatro sobrinhos com idades entre 10 e 14 anos e um casal de amigos com outros dois filhos.
“Ao me virar, assisti à cena que parecia de filme, a imensa pedra se descolando e caindo. Gritei para o garotos: ‘Fiquem embaixo de mim’. Como um falcão, abri os braços e coloquei os cinco sob o meu corpo. Minha missão era salvá-los”, contou Isabel, que há 23 anos mora na cidade do Rio, em entrevista ao Globo.
Todos escaparam e com ferimentos leves. Ela acabou sendo a mais atingida. “A lancha afundou e fui sugada por não estar, ao contrário dos garotos, com colete salva-vidas. Ao emergir entre os destroços, meu rosto sangrava. Eu ainda não sabia, mas minha orelha direita e parte da minha face tinham sido arrancadas”, descreveu a advogada.
Ela levou 200 pontos e passou por um processo de reconstituição do tímpano e do canal auricular. Sofreu ainda uma lesão na cervical. “Estou andando com uma muleta”.
E não sabe ainda se a surdez será temporária ou permanente. “A vida é um instante, o depois não existe. O que existe é um agora seguido de outro agora e assim por diante”, acrescentou Isabel.