Adolescente completa 16 dias sumido e mãe suplica: “Quero meu filho”
Mãe chegou a acompanhar pessoalmente escavações da polícia, que procura Wanderson desde que foi visto entrando em caminhonete
atualizado
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Goiânia – A vida de Rozimar Chaves, de 41 anos, está paralisada há mais de duas semanas, desde que o filho, Wanderson Chaves, de 17, foi visto pela última vez, em Palmeiras de Goiás, a cerca de 90 km da capital goiana.
Rozi, como é conhecida, tem cobrado uma resposta para o desaparecimento do filho, com manifestações e entrevistas para a imprensa. Já são 16 dias sem trabalhar e sem conseguir se alimentar direito.
Wanderson, que é conhecido pelo apelido de Magrão, foi visto pela última vez entrando em uma caminhonete branca, na madrugada de 25/10. Uma câmera registrou o momento. O motorista do veículo é um fazendeiro da região e teve a caminhonete apreendida, mas não foi preso.
Veja o vídeo:
Escavações
Uma denúncia anônima indicou que o adolescente teria sido morto e enterrado em uma fazenda, entre as cidades de Cezarina e Mairipotaba, vizinhas de Palmeiras de Goiás. Policiais têm realizado escavações nessa região, com a ajuda de uma escavadeira. Rozi chegou a acompanhar esse trabalho de buscas pessoalmente.
“Cada tirada de terra era uma facada, uma angústia, muito difícil de acompanhar, mas eu aguentei”, conta a mãe de Magrão ao Metrópoles.
Rozi e suas vizinhas planejam uma nova manifestação na frente da delegacia, pedindo resposta para as autoridades, que deve acontecer na próxima sexta-feira (12/11).
“Eu como mãe, não sinto que ele está morto, mas sei que a qualquer momento posso ter uma notícia boa ou ruim. Mesmo que tenha notícia ruim, quero meu filho”, clama Rozi.
Momentos antes do sumiço
Testemunhas relatam que na noite de 24/10, Wanderson foi até um bar de Palmeiras de Goiás, depois de sair do seu trabalho em um pesque-pague, onde trabalha com a mãe.
Ele teria ficado na companhia de um amigo até o momento em que o estabelecimento começou a ser fechado. O conhecido fazendeiro do município chegou ao local, em uma caminhonete branca.
Segundo testemunhas, o fazendeiro entrou no bar exibindo um revólver. Ele teria tido um desentendimento no balcão com Wanderson, ao ponto de apontar a arma para o rosto do adolescente.
No entanto, os dois teriam voltado a se entender e ficaram conversando. O adolescente e o motorista da caminhonete também teriam conversado na porta do bar, onde teria ocorrido outro momento de desentendimento, em que o fazendeiro atirou para o alto.
Tiros na madrugada
Durante a madrugada, Magrão e o amigo, também adolescente, teriam entrado na caminhonete, dirigida pelo fazendeiro, que deu voltas em alta velocidade pela cidade. O motorista teria dado vários tiros para cima durante o percurso.
Câmeras de monitoramento flagraram os dois amigos entrando na caminhonete e o veículo andando nas ruas de Palmeiras de Goiás.
Ainda durante a madrugada, o amigo de Wanderson teria sido deixado perto de casa e o motorista e Magrão seguiram viagem na caminhonete. O outro adolescente ainda teria tentado convencer Wanderson a não continuar no carro com o homem. Madrugada afora, outros tiros foram ouvidos na cidade.
Investigação
Em nota, a Polícia Civil de Goiás garantiu que a investigação está avançada e que diversos procedimentos foram e estão sendo feitos.
O delegado responsável pelo caso Matheus Abud só vai falar sobre o caso em momento oportuno, para garantir o sigilo do inquérito, que é considerado complexo, segundo a Polícia Civil.
A delegada regional Silvana Nunes, que também atua no caso, informou que ainda não tem informações para serem repassadas à imprensa. Ela afirmou que foi criada uma força-tarefa para investigar o desaparecimento.
O promotor do Ministério Público em Palmeiras de Goiás, Eduardo Prego, que acompanha a investigação policial, disse que as buscas continuam.