Adeus, máscaras: cariocas já aderem a decreto que desobriga a proteção
Na tarde dessa segunda-feira (7/3), diversos cariocas já não faziam mais o uso do protetor facial em ambientes fechados no Rio
atualizado
Compartilhar notícia
Rio de Janeiro – Poucas horas após a liberação total do uso de máscaras em locais abertos e fechados, decretada nessa segunda-feira (7/3) pela Prefeitura do Rio, já era possível observar cariocas sem a proteção dentro de estabelecimentos variados.
Em uma academia em Botafogo, na zona sul, Maria Cláudia Rollemberg, de 66 anos, descobriu a novidade durante o treino: “Sempre malhei. Há 40 anos tenho o hábito de fazer exercícios, mas alguns eu mudei, porque a máscara atrapalha muito. Mesmo correndo na rua, nunca me senti à vontade, as pessoas ficam encarando como se fosse algo errado”, contou em entrevista ao Metrópoles.
Preocupada com a transmissão do vírus da Covid, ela segue todas as normas. “A família inteira sempre fez tudo certinho. Mas já vacinamos. Já deu de máscara, os números vêm caindo também”, afirmou.
Ela, no entanto, disse que ainda deve seguir com o acessório em alguns ambientes, principalmente os mais cheios. “Quando vejo muita gente ou alguém tossindo, coloco a máscara correndo, virou costume”, completou.
Dono de uma academia de crossfit na zona oeste do Rio há 7 anos, Marcio Santos, 35, diz que a desobrigação traz um alívio. “Sabemos que as academias que dizem que seguem à risca as normas estão mentindo, porque sempre foi muito difícil manter as pessoas treinando de máscara. O alívio agora é em relação à queda de casos, mas sempre fiquei muito preocupado, minha mãe morreu de Covid”, contou.
“Já perdi vários alunos durante a pandemia, justamente por exigir máscaras aqui no box. As pessoas que fazem especialmente esportes de alto rendimento não querem usar”, completou.
Em shoppings, alguns clientes também já deixaram a máscara guardada na tarde desta segunda. Outros já saíram de casa sem ela, caso de Cláudia Viana, 62, que viu o decreto antes de ir passear. “Sensação de liberdade, de poder respirar”, disse à reportagem. “Já tomei as três doses, não via a hora de poder ficar sem. Nesse calor do Rio, batendo quase 40ºC, atrapalha muito.”
Para o taxista David Souza, 32, a máscara é um item essencial, e ele deve continuar exigindo o acessório dentro de seu carro, mas apenas quando o ar-condicionado estiver ligado. “É mais seguro manter, o ambiente é pequeno, e acho melhor não arriscar”, disse.
Em locais mais abertos, no entanto, ele não vê problemas: “Estou vacinado, então não esquento, mas em locais menores ou que sejam para alimentação, como self-services, devem seguir usando”, opinou.
Liberação total do uso de máscaras
Após reunião do Comitê Científico do Rio, na manhã dessa segunda-feira (7/3), o prefeito Eduardo Paes publicou no Diário Oficial Extra, na parte da tarde, o decreto que desobriga o uso da proteção facial.
Dados atuais mostram que o Rio possui a menor taxa de Covid-19 desde o começo da pandemia. O índice de internações é menor que 1%. Além disso, de cada 100 pessoas que fazem teste, menos de 5% dão positivo.
Em uma coletiva feita após a reunião do Comitê, o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, afirmou que os especialistas que compõem o grupo têm “muita segurança para desobrigar” o uso total das máscaras.
Seguem recomendando que pessoas com imunossupressão, com comorbidades ou quem ainda não tenha sido imunizado façam o uso de máscaras, bem como quem tenha sintomas respiratórios.