metropoles.com

Acusados de matar Vitória sabiam que estavam com pessoa errada, diz MP

Denúncia aceita pela Justiça contra três pessoas mostra que suspeitos assassinaram a garota para esconder o erro na tentativa de sequestro

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Arquivo Pessoal
130
1 de 1 130 - Foto: Arquivo Pessoal

Os acusados de assassinar a garota Vitória Gabrielly Guimarães Vaz, de 12 anos, perceberam que haviam sequestrado a adolescente errada antes mesmo de decidir matá-la. A afirmação é dos promotores do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), em denúncia aceita pela Justiça, e obtida pela reportagem.

O pedreiro Julio César Lima Ergesse e o casal Bruno Maciel de Oliveira, o “mancha”, de 33 anos, e Mayara Borges de Abrantes, de 24, foram denunciados pelos crimes de sequestro, homicídio qualificado e ocultação de cadáver. O MP-SP também solicitou a prisão preventiva dos acusados, aceita pela Justiça. A defesa do casal nega a participação no crime.

“Os averiguados se mostram incapazes de convívio em sociedade, denotando traços de personalidade animalescas ao arrebatarem adolescente de apenas 12 anos de idade, e frieza extrema ao resolverem sequestrá-la e matá-la mesmo sabendo não ter nenhum vínculo com a situação que pretendiam ‘resolver'”, diz a acusação. A denúncia é assinada pelos promotores Suzana Peyrer Laino Ficker e Washington Luiz Rodrigues Alves.

De acordo com o MP-SP, Vitória Gabrielly foi sequestrada por volta das 14h10 do dia 8 de junho, enquanto andava de patins no Ginásio dos Campeões, na Rua Tocantins, em Araçariguama. Ela seria morta no mesmo dia, em “horário incerto”.

“Segundo o apurado, Bruno, Mayara e Julio possuíam desentendimentos anteriores com pessoas de quem buscavam se vingar. Todos relacionados com drogas. A fim de cobrar dívida anteriormente contraída, resolveram arrebatar pessoa da família do devedor”, afirma o MP-SP. “Para tanto, observaram-na durante certo tempo, até que Mayara deixou o carro e retornou com Vitória, segurando-a com força pelos braços e a colocando no veículo na parte traseira, juntamente com Julio.”

Para a acusação, o trio teria percebido o erro de sequestrar a pessoa errada após escondê-la no carro. “Contudo, mesmo assim, deliberaram, conscientemente, e então mataram a vítima, a fim de não deixarem provas do arrebatamento anteriormente ocorrido.”

Laudos do Instituto de Criminalística apontaram esganamento e asfixia como causa da morte. Marcas nos braços e pernas também indicaria que ela tentou se defender do agressor e teria sido amarrada pelos braços e tornozelos.

Motivo torpe
Os promotores entenderam que o homicídio ocorreu por motivo torpe (para cobrar dívida de tráfico), meio cruel e para ocultar crime anterior. Entre as qualificadoras, também incluíram o fato de os assassinos usaram recurso que impossibilitou defesa da vítima.

Os acusados teriam tentado esconder o corpo de Vitória Gabrielly em uma via de terra cercada por vegetação, a Estrada Prefeito Domingos Marucci. O desaparecimento da menina comoveu a cidade de 17 mil habitantes, que se mobilizou para procurá-la. O cadáver da menina foi localizado oito dias depois, em estado avançado de putrefação.

Reconhecido por uma testemunha, Ergesse foi o primeiro a ser preso. Ele teria confessado parcialmente o crime e apontado Oliveira e Mayara como comparsas, diz o MP-SP. O casal foi preso no dia 29 de junho em Mairinque e nega participação.

Mayara, por exemplo, diz que estava em um salão de beleza na hora do crime. Para a acusação, os álibis apresentados por eles seriam “de total fragilidade”. “A prova pericial produzida sustenta a versão de Julio Cesar e fornece provas suficientes de autoria”, diz a denúncia.

O processo segue para a Vara Criminal de São Roque, que acatou nessa terça (17) a denúncia. O juiz Flávio Roberto de Carvalho concordou com o pedido ministerial e converteu a prisão temporária dos acusados em prisão preventiva. Ainda em sua decisão, para preservar as provas produzidas na fase de inquérito policial e as testemunhas protegidas, o juiz determinou a manutenção do sigilo do processo. Após o recebimento da denúncia, os réus serão citados e deverão apresentar resposta à acusação.

O advogado do casal, Jairo Coneglian, afirma que pretende demonstrar a inocência da dupla ainda na fase de instrução do processo. “As provas apresentadas são fracas”, afirmou. “O único elemento é o testemunho de uma pessoa , mas ela já mudou o depoimento duas ou três vezes.”

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?