Acusados de matar jornalista Valério Luiz enfrentam júri na segunda
Julgamento estava marcado para ocorrer em março, mas foi adiado; há cinco acusados pelo crime que aconteceu há quase dez anos
atualizado
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Goiânia – Após três adiamentos, o julgamento do caso da morte do jornalista e cronista esportivo Valério Luiz está previsto para ocorrer nessa segunda-feira (2/5), às 8h30. Os cinco acusados do crime, que aconteceu há quase dez anos, enfrentam o júri popular no Plenário do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), na capital goiana.
Anteriormente marcado para o dia 14 de março, o julgamento foi adiado após uma troca repentina de advogados solicitada pelo cartorário Maurício Sampaio, que também é ex-presidente do Atlético-GO, atual vice do conselho de administração do time e um dos réus do processo.
Os réus
- Maurício Borges Sampaio, cartorário, ex-presidente do Atlético-GO e atual vice do conselho de administração do time;
- Urbano de Carvalho Malta, funcionário de Sampaio;
- Policial militar Ademá Figueiredo;
- Açougueiro Marcus Vinícius Pereira Xavier;
- Policial civil Djalma Gomes da Silva, responsável por atrapalhar as investigações.
Adiamentos
O primeiro adiamento do júri popular ocorreu em abril de 2019, quando o então juiz Jesseir Coelho de Alcântara alegou falta de estrutura para realização do julgamento.
Na época, o magistrado disse que precariedade de dormitórios para os jurados, falha no fornecimento de alimentos, falta de cadeiras confortáveis e espaço limitado seriam motivos para o adiamento.
O júri foi remarcado para 2020, mas precisou ser novamente adiado. Desta vez, por causa da pandemia da Covid-19.
Valério Luiz foi morto a tiros no dia 5 de julho de 2012, na Rua C-38, Setor Serrinha, em Goiânia. Ele estava dentro do próprio carro, saindo da rádio em que trabalhava, quando acabou baleado por um motociclista que passava pelo local.
Presidente do Atlético Clube Goianiense na época, Maurício Sampaio é acusado de ser o mandante do assassinato. Ele não teria aceitado as críticas de Valério à administração do clube. Em uma das falas, o jornalista afirmou que “nos filmes, quando o barco está afundando, os ratos são os primeiros a pular fora”, o que teria deixado Sampaio com a honra ofendida.
Em fevereiro de 2013, a Polícia Civil de Goiás indiciou os supostos criminosos, que foram denunciados pelo Ministério Público estadual no mês seguinte.
Audiências
Com a denúncia remetida ao Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), as audiências de instrução começaram em 27 de maio de 2013. À época, elas foram presididas pelo juiz Antônio Fernandes de Oliveira, da 2ª Vara Criminal de Goiânia.
Em 13 de agosto de 2014, o juiz Lourival Machado da Costa, da 14ª Vara Criminal de Goiânia, decidiu que os cinco iriam a júri popular.
As defesas dos acusados recorreram, mas não tiveram o recurso atendido. Em abril de 2015, o colegiado que analisou o pedido manteve a decisão de primeira instância.
Com a nova negativa, os advogados levaram o caso até o Supremo Tribunal Federal (STF). Após duas decisões contra os réus e uma a favor, a ordem judicial de que todos deveriam ir a júri popular foi mantida em fevereiro de 2018.