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Acusado de matar Marielle foi avisado que seria preso, diz promotora

Por causa de vazamento, operação que prendeu Ronnie Lessa e Élcio Queiroz precisou ser antecipada

atualizado

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CONSTANÇA REZENDE/ESTADÃO CONTEÚDO
PF vai auxiliar investigação da morte de Marielle; Freixo fala em ‘execução’
1 de 1 PF vai auxiliar investigação da morte de Marielle; Freixo fala em ‘execução’ - Foto: CONSTANÇA REZENDE/ESTADÃO CONTEÚDO

“Ronnie confirmou que havia sido avisado [da operação e da prisão]”, afirmou a promotora do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), Letícia Emile, na tarde desta terça-feira (12/3), em coletiva de imprensa que apresentou detalhes da denúncia contra Ronnie Lessa e Élcio Vieira de Queiroz, os dois acusados de matar Marielle Franco e Anderson Gomes. Eles atuaram como atirador e motorista no crime, respectivamente. São informações do El Pais.

O nome de Ronnie, segundo a promotoria, apareceu em meados de outubro do ano passado a partir do trabalho dos setores de inteligência. A equipe do MP envolvida no caso afirmou que o crime pode ou não ter mandante e afirmou que isso é um tema para a segunda fase da investigação.

“O Ronnie tinha um perfil bastante reativo a pessoas que lutavam pelas minorias. Isso ficou suficientemente comprovado a ponto de o Ministério Público apontar em sua denúncia essa motivação”, afirmou a promotora que coordena os trabalhos do caso, Simone Sibilio.

Ela também destacou a relação de amizade dos dois ex-PMs. “Eram amigos e tinham sido do Batalhão de Choque da PMERJ. Durante o Carnaval, eles estavam em uma casa alugada em Angra dos Reis andando de jet ski”, declarou a promotora.

De acordo com a denúncia, o homicídio tem as seguintes qualificadoras: “motivo torpe, interligado a abjeta repulsa e reação à atuação política de Marielle na defesa de suas causas” e ter sido praticado mediante emboscada e sem chance de defesa da vítima.

Além desses elementos, a promotoria destaca que a morte de Anderson Gomes e a tentativa de matar a assessora da vereadora configuram “queima de arquivo”.

Placa clonada
Além de serem denunciados por homicídio qualificado (art. 121), Ronnie e Élcio também vão responder por receptação (art. 180) referente ao veículo Cobalt prata, que tinha a placa clonada e foi usado no dia do crime. “Hoje não é dia de sorrir, mas de refletir”, afirmou Simone Sibilio.

“O crime foi muito bem pensado e planejado de forma a dificultar as investigações”, afirmou a promotora Letícia Emile, que destacou, assim como mais cedo informou o delegado titular da DH, Giniton Lages, que o trabalho entra em uma segunda fase e vai continuar.

Com relação à ligação dos dois acusados com atividades de milícias, a promotora Letícia Emile é cuidadosa. “Não há como saber com certeza se o Ronnie participava de milícia. Mas há indícios de que ele participava de alguma atividade paramilitar, mas que não é em Rio das Pedras”, afirmou, em referência ao reduto clássico de milicianos na zona oeste do Rio.

A promotora destacou, no entanto, que Ronnie Lessa, conhecido mais pelo sobrenome, tinha uma academia na região.

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