Acusado de matar Ana Clara é suspeito de quatro crimes sexuais
Em um dos casos, segundo a Polícia Civil de Goiás, a vítima foi assassinada após ser estuprada, em dezembro de 2016
atualizado
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O vendedor ambulante Luis Carlos Pereira Gonçalves, 35 anos, suspeito de ter matado a menina Ana Clara Pires Camargo, 7, em Goiânia, é investigado pela Polícia Civil por quatro crimes de violência sexual. Um deles, seguido de assassinato. A situação apenas causa mais revolta à família da criança (leia depoimento da mãe de Ana Clara abaixo).
A vítima seria uma costureira e o homicídio teria ocorrido em dezembro de 2016. O homem não tem nenhuma passagem pela polícia goiana e, de acordo com a Coordenação de Comunicação da PCGO, com a morte do suspeito, que foi baleado poucas horas após o corpo de Ana Clara ter sido encontrado na quarta-feira (22/2), os investigadores apuram o envolvimento de terceiros no crime.
Se identificados, serão interrogados para que a polícia possa ter mais detalhes do crime.
O corpo de Ana Clara Pires foi encontrado na manhã desta quarta-feira (22/2) em uma mata em Santo Antônio de Goiás, Região Metropolitana da capital goiana. Ele estava em avançado estado de decomposição e o IML, no atestado de óbito que foi entregue a família, definiu a causa da morte como traumatismo craniano.
Luis Carlos foi morto poucas horas depois durante perseguição e troca de tiros com a polícia. Ele teria tentando queimar o corpo da menina utilizando álcool e soda cáustica, para ocultar o crime. O homem era próximo da família de Ana Clara e teria, inclusive, participado das buscas por ela.
A garota desapareceu no dia 17 de fevereiro, quando saiu para ir à casa de uma vizinha. De acordo com a investigação da Polícia Civil, o suspeito oferecia balinhas e dinheiro para atrair crianças na porta de escolas.
A Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), comandada pelo delegado Valdemir Pereira da Silva, está responsável pelo caso.
Revolta
Na noite desta quinta (23), o Metrópoles conversou com Glauciane Pires Silva, 23 anos, mãe de Ana Clara. Muito emocionada, ela disse ainda não acreditar no que aconteceu.
“Fico olhando as fotos dela e só sei chorar. Esse homem é um monstro. Tenho raiva, ódio. Saber que ele morreu não diminui a minha dor. Preferia que estivesse vivo, para passar na cadeia o que fez minha filha sofrer”, desabafou.
O que deixa a mulher ainda mais revoltada é se lembrar que o assassino ofereceu auxílio à família. “Ele esteve dentro da minha casa, ajudando nas buscas. Não o conhecia até então. Isso me dá ainda mais raiva”, completou a mãe.
O vidraceiro Cezarino Silva, 35, padrasto da menina, diz ficar no portão esperando o retorno da enteada. “Fico olhando e pensando que, a qualquer momento, ela vai chegar. Acabou a nossa vida. Vamos tentar recomeçar, seguir em frente.”