Acuado, Zé Dirceu já recorre ao STF para evitar prisão da Lava Jato
Petista entra com reclamação na Corte Máxima, à véspera de julgamento de seu último apelo ao TRF-4, que mandou Lula para a cadeia
atualizado
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Fora da prisão por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-ministro José Dirceu entrou com pedido na Suprema Corte para evitar ser preso após a conclusão de seu processo na segunda instância da Justiça. O requerimento foi feito por meio de uma reclamação ao STF – mesma ação pela qual o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou evitar a prisão – e agora Dirceu espera uma nova decisão da Corte. O relator da ação no Supremo é o ministro Dias Toffoli.
José Dirceu aguarda em liberdade o julgamento de seu último recurso no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), marcado para esta quinta-feira (19/4). A Corte aumentou a pena de Dirceu de 20 anos e 10 meses para 30 anos e 9 meses de cadeia, pelos crimes de corrupção passiva, pertinência à organização criminosa e lavagem de dinheiro.
A defesa do ex-ministro da Casa Civil alega que, quando o STF, em maio do ano passado, revogou a sua prisão preventiva e a substituiu por medidas cautelares, fez prevalecer, em seu caso, o princípio da presunção da inocência. De acordo os advogados de Dirceu, uma decretação de prisão após julgamento no TRF-4 estará desrespeitando a decisão do Supremo, proferida pela 2ª Turma, que analisou seu habeas corpus.“Quanto ao mérito, há que se considerar, primeiramente, no julgamento do referido Habeas Corpus nº 137.728, em que paciente o ora reclamante, foram afastados todos os motivos utilizados pelo juízo de origem para justificar a decretação da prisão cautelar de José Dirceu”, argumenta a defesa.
Os advogados também afirmam: a decretação da prisão de forma “automática e genérica” vai contra a jurisprudência do STF, que autoriza a execução antecipada da pena, mas não a tornou obrigatória, na visão dos advogados.
“É certo que a decisão dessa 2ª Turma fez referências à “possibilidade” de prisão quando esgotado segundo grau de jurisdição, ou esta estaria “autorizada” após o julgamento dos recursos no tribunal. Todavia, nem de longe, determinou que a prisão do paciente, ora reclamante, se desse de forma obrigatória, muito menos de forma automática e genérica, sem sequer se dispender uma linha que fosse para justificar a necessidade de seu encarceramento”, diz a defesa de Dirceu.
Os advogados ainda argumentam que, solto, o ex-ministro petista não oferece riscos. Ele atualmente mora em Brasília e usa tornozeleira eletrônica. Dirceu havia sido preso, por determinação do juiz Sérgio Moro, em agosto de 2015.