Governos federal e do RJ firmam acordo para sufocar finança do tráfico
No acordo, forças de segurança do Rio e Ministério da Justiça vão compor comitê para recuperação de bens de organizações criminosas
atualizado
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Os governos federal e do Rio de Janeiro (RJ) assinam às 10h desta quarta-feira (8/11) um acordo sobre recuperação de bens usados por organizações criminosas na lavagem de dinheiro do tráfico de drogas e outros crimes.
Segundo as regras do acordo, fica instituído por 12 meses o Comitê de Inteligência Financeira e Recuperação de Ativos (Cifra), com a participação de diferentes áreas da segurança do Rio e do Ministério da Justiça.
Além das polícias civil e federal, participam do comitê procuradores e auditores da Fazenda Estadual.
O objetivo do grupo é conseguir acelerar a perda de recursos de facções criminosas e milícias, que dominam territórios no Rio de Janeiro.
Na prática, o comitê vai permitir troca de experiências e tecnologias entre os governos estadual e federal para identificar e gerir esses bens usados para lavar dinheiro do crime.
Acordo com crise na segurança do Rio
O Rio de Janeiro vive uma crise de segurança pública de décadas, que teve um agravamento neste ano com a guerra entre milicianos e traficantes na Zona Oeste.
No começo de outubro, três médicos foram executados a tiros na Barra da Tijuca depois de um deles ter sido confundido com miliciano.
Já no final do mês, o estado viveu uma onda de ataques incendiários com a queima de ônibus e um trem, depois que o familiar de um chefe de milícia foi morto.
Em resposta, o governo federal enviou equipes da Força Nacional para o estado e decretou uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para a atuação das Forças Armadas em portos do Rio e também em São Paulo, rota do tráfico internacional de drogas.