metropoles.com

Acordo bilionário, mercado de CO2 e mais: o que está em jogo na COP29

Na COP29, Brasil apresentará conjunto de cobranças e demandas a respeito da crise climática. Evento em Baku, no Azerbaijão, começa dia 11

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Getty Images
Imagem colorida da Amazônia. COP29 - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida da Amazônia. COP29 - Metrópoles - Foto: Getty Images

A capital do Azerbaijão, Baku, sedia do dia 11 ao 22 de novembro a 29ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP29). No encontro, o país deve apresentar propostas e cobranças para a emergência climática.

Devido a recomendações médicas após acidente doméstico, o chefe do Executivo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não irá comparecer. O vice-presidente Geraldo Alckmin é quem representará o país.

Neste ano, o Brasil terá uma das maiores delegações, com 1.400 participantes. Na COP28, de 2023, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, o país levou 1.337 delegados e formou o maior grupo nacional envolvido no evento. A expectativa é que o encontro receba de 50 mil a 60 mil pessoas.

A COP é um encontro de países signatários do Acordo de Paris que discute termos complementares e propostas de implementação do que foi negociado em 2015. Na prática, são colocadas demandas e há muita discussão sobre financiamento de programas, critérios de aplicação de recursos e projetos que visam a solucionar problemas.

Propostas e desafios na COP29

Na COP 29, os países participantes apresentarão projetos e demandas com o objetivo de alcançar um consenso e implementar os acordos climáticos previamente estabelecidos, sobretudo o Acordo de Paris. O Brasil, em particular, tem como prioridade propor mecanismos para viabilizar ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas. Além disso, o país pretende se posicionar sobre demandas que contribuam para atingir metas nacionais de sustentabilidade.

Uma das maiores expectativas do evento é a ampliação da transferência de recursos para projetos de sustentabilidade nos países em desenvolvimento, financiados principalmente pelas nações mais ricas. Desde o início das negociações climáticas, foi acordado que países desenvolvidos destinariam US$ 100 bilhões aos países em desenvolvimento entre 2020 e 2025. No entanto, ainda faltam diretrizes claras sobre quais repasses governamentais podem ser incluídos nesse montante.

Entre os temas centrais para o Brasil está a criação de uma ferramenta que defina com transparência quais países são considerados “ricos” e quais recursos podem ser contabilizados nos US$ 100 bilhões acordados. A delegação brasileira defenderá que essa metodologia seja construída com base nas necessidades dos países receptores.

3 imagens
Só este, no Mato Grosso do Sul, quase 2 milhões de hectares foram atingidos pelas chamas
Incêndio de grandes proporções devastou a Floresta Nacional
1 de 3

Fogo destrói vegetação na Amazônia

Victor Moriyama/Getty Images
2 de 3

Só este, no Mato Grosso do Sul, quase 2 milhões de hectares foram atingidos pelas chamas

Operação Pantanal/Governo MS
3 de 3

Incêndio de grandes proporções devastou a Floresta Nacional

BRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFoto

Um dos desafios da COP29 será a finalização do texto do artigo 6º do Acordo de Paris, que regulamenta o mercado de carbono. Esse mecanismo permite que países e empresas que não conseguem cumprir suas metas de redução de emissões de gases de efeito estufa compensem as emissões pagando a países ou empresas que superam suas próprias metas.

O Brasil também espera que sejam discutidos critérios para planos nacionais de adaptação e enfrentamento às mudanças climáticas. Entretanto, os representantes brasileiros estão cientes de que nem todos os países possuem esses documentos.

Além disso, a Frente Ambiental da Câmara dos Deputados tem interesses específicos para o evento. O grupo pretende pressionar por uma meta robusta de repasses internacionais e recomenda que as metas de redução das emissões (NDCs) sejam eficazes e práticas. A Frente também busca maior participação nas negociações internacionais do Brasil, sugerindo uma posição de co-líder nessas discussões.

Avanços esperados da COP29

  • finalização do acordo sobre o mercado global de carbono;
  • a capacitação para os países usarem os recursos do Fundo de Perdas e Danos;
  • a implantação de metas de mitigação ligadas a transição energética, restauração florestal, combate ao desmatamento e preservação da biodiversidade;
  • e anúncio de novas metas e indicadores de adaptação às mudanças climáticas para futura conclusão durante a COP30, prevista para o Brasil, no próximo ano.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?