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“Acordei e vi que não tinha mais os pés”, diz vítima de explosão em Araçatuba

O servente de pedreiro Cleiton Teixeira, de 25 anos, passou seu primeiro final de semana com a família, longe do hospital

atualizado

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Foto: Fabio Ishizawa
Cleiton Teixeira Araçatuba
1 de 1 Cleiton Teixeira Araçatuba - Foto: Foto: Fabio Ishizawa

O servente de pedreiro Cleiton Alexandro Teixeira, de 25 anos, que teve os dois pés e parte da mão direita amputados após ser vítima de um explosivo deixado por criminosos que aterrorizaram Araçatuba, no interior de São Paulo, durante um mega assalto na madrugada de 27 de agosto, já está em casa. “Vai mudar tudo na minha vida daqui para frente”, diz ele.

O rapaz recebeu alta do hospital na manhã de sexta-feira (10/9) e passou seu primeiro final de semana com a família. Ele foi morar na casa de um irmão, junto da mãe. O imóvel deverá passar por algumas adaptações para melhor qualidade de vida do jovem. Após deixar o centro médico, Cleiton deu uma entrevista exclusiva ao Metrópoles.

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O servente de pedreiro tem 25 anos
Cleiton perdeu também parte da mão direita
Ele cuidava da mãe antes da tragédia
O rapaz ganhou próteses para as pernas
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Cleiton foi atingido por uma explosão em Araçatuba

Fabio Ishizawa
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O servente de pedreiro tem 25 anos

Arquivo pessoal
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Cleiton perdeu também parte da mão direita

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Ele cuidava da mãe antes da tragédia

Arquivo pessoal
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O rapaz ganhou próteses para as pernas

Foto: Fabio Ishizawa

“Eu estava passando de bicicleta perto de uma dinamite na rua quando houve a explosão. Lembro que estava caído todo machucado e depois acho que desmaiei. Quando acordei no hospital, vi que não tinha mais os pés”, lembrou Teixeira.

O servente admitiu que chegou a encostar em um dos artefatos, que não explodiu, para ver um celular acoplado na bomba, a cerca de 100 metros de uma das agências bancárias alvo dos criminosos, que deixaram três mortos – a Caixa Econômica Federal da Praça Rui Barbosa, no centro de Araçatuba.

No entanto, ao se aproximar de outro artefato semelhante, deixado pelos bandidos no cruzamento da Rua General Osório com a Duque de Caxias, ocorreu a explosão.

A madrugada

Naquela madrugada, Cleiton estava na casa de uma prima, onde tinha jantado. Ele voltava para casa para dormir com a mãe, que tem problemas de saúde, e disse que não estava sabendo do crime, cuja movimentação já havia esfriado. As duas primeiras explosões na cidade ocorreram pouco depois da meia-noite. Cerca de 40 minutos depois houve a terceira explosão, que atingiu o servente.

Sua maior preocupação agora é encontrar uma forma de voltar a trabalhar para continuar cuidando de sua mãe, Neusa Soares de Souza, de 52 anos, que sofre de diabetes e hipertensão. Quando o rapaz acordou, esse foi um dos primeiros questionamentos que fez ao irmão, Kléber Alberes Soares Teixeira. “Eu ganhei um par de próteses e agora preciso lutar para continuar vivendo e ter uma vida normal, me adaptar”, disse ele, que também perdeu a audição no ouvido direito devido à explosão.

Kléber, que agora cuida do irmão e da mãe, está desempregado e lançou uma vaquinha virtual com o objetivo de arrecadar R$ 15 mil para cuidar da família e adaptar o quarto de Cleiton.

Fake news

A vaquinha virtual tinha como meta arrecadar R$ 15 mil, e a adesão fez com que o valor chegasse a R$ 46 mil. No entanto, uma fake news se espalhou pela cidade fazendo com que a campanha perdesse força e muitas pessoas cancelassem pagamentos via boleto.

Viralizou uma informação de que Cleiton seria o autor do latrocínio de um veterinário, em 2014, fato desmentido pelo delegado da Deic (Divisão Especializada em Investigações Criminais), Paulo Natal. Ele disse que o primeiro nome é o mesmo, mas o sobrenome e idade são diferentes, e o verdadeiro autor do crime encontra-se preso, cumprindo pena de 30 anos de reclusão.

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