“Acolhemos a divergência”, diz Eduardo Leite em posse no RS
Governador reeleito do RS, Eduardo Leite tomou posse e criticou Bolsonaro: “Praticamos uma política que não aposta em rupturas ou traumas”
atualizado
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Reeleito governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) tomou posse neste domingo (1º/1). Leite venceu a disputa contra o ex-deputado federal Onyx Lorenzoni (PL), em segundo turno, com 57,12%.
Leite e o vice-governador eleito, Gabriel Souza, foram empossados, às 10h, na Assembleia Legislativa, em Porto Alegre. Às 11h, no Palácio Piratini, o governador Ranolfo Vieira Júnior transmitiu o cargo a Leite, que não vai à Brasília para a posse de Lula (PT).
Eduardo Leite (PSDB) tem 37 anos e foi governador do Rio Grande do Sul entre 2019 e 2022. Foi prefeito de Pelotas (RS). Foi candidato pela coligação Um Só Rio Grande (Federação PSDB Cidadania/MDB/PSD/Pode/União). Seu vice é o veterinário e deputado estadual Gabriel Souza (MDB).
Ele havia renunciado ao cargo de governador em março deste ano para concorrer à Presidência da República, mas desistiu após perder as prévias do partido.
A cerimônia de posse
Após a apresentação da mesa e da execução do Hino Nacional, o governador eleito fez seu juramento em frente aos demais presentes. O deputado Elizandro Sabino (PTB) leu o termo de compromisso de posse de Eduardo Leite, que foi assinado por ele.
Em seguida, o vice-governador Gabriel Souza proferiu o compromisso constitucional. O deputado Sabino continuou a leitura do termo de compromisso e o vice de Leite assinou o documento.
O deputado Valdeci Oliveira (PT) fez seu pronunciamento após as duas rubricas.
“Dar posse de governador e vice-governador a Eduardo Leite e Gabriel Souza é algo que muito me honra e orgulha como presidente desta Casa […]. Os motivos são simples e até óbvios: o evento realizado aqui hoje […] enaltece, revigora e consolida o republicanismo, a civilidade e o respeito à democracia”, disse Oliveira.
O deputado ainda continuou afirmando o evento permite o “entendimento que o oponente não é o inimigo a ser debelado, estamos de forma coletiva e apartidária afirmando, em alto e bom som, que o diálogo ainda é o melhor caminho a ser trilhado, buscado e construído”.
Ao finalizar seu pronunciamento, o presidente da Casa desejou força na reeleição do governador e vice e um bom diálogo com a nova Presidência da República.
Depois disso, foi a vez do aguardado discurso governador reeleito Eduardo Leite. O político começou sua fala relembrando sua última posse e criticando a antiga Presidência da República, que será assumida por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) neste domingo.
“Pela coragem e ousadia de muitos que estão aqui, nesta manhã, colaboradores fundamentais para esse projeto, nós voltamos a poder imaginar um horizonte promissor para o Rio Grande do Sul, por conta das possibilidades abertas por um projeto e uma agenda muito claros”, disse.
O governador ainda pontuou que o grupo conseguiu “mostrar que é possível, sim, construir um novo Rio Grande do Sul com diálogo, conciliação e tolerância”.
“Mostramos que é possível fazer política com firmeza e convicção, sem negociatas, sem confrontos e ataques, sem agredir adversários ou quem discorda do ponto de vista. Praticamos uma política que não aposta em rupturas ou traumas. Acolhemos civilizadamente a divergência”, apontou.
Leite falou sobre as conquistas dos últimos quatro anos, adquiridos durante sua atuação à frente do estado gaúcho. O político lembrou que os resultados foram alcançados em meio a duas estiagem e uma pandemia. “Fomos um governo de desafios que desafiou e um governo que foi desafiado”, relatou ele.
“Vamos alinhar o Rio Grande do Sul ao que buscam os jovens, os novos talentos: um estado vibrante, que estimula a criatividade, que acolhe a diversidade e fomenta novas tecnologias do empreendedorismo. Essas são as prioridades que serão perseguidas em um cenário de absoluto compromisso com a responsabilidade fiscal”, continuou.
Eduardo Leite elogiou seu último vice-governador, Ranolfo Vieira Júnior, e celebrou a chegada de Gabriel Souza à chapa. Para finalizar, o político pediu respeito, tolerância e responsabilidade administrativa para sua nova atuação.