Ações da Vale nos Estados Unidos despencam após rompimento de barragem
Impacto para a produção da companhia deve ser limitado, avalia especialista
atualizado
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Os recibos de ações da Vale negociadas nos Estados Unidos têm caído nesta tarde de sexta-feira (25/1), após o rompimento de uma barragem na Mina Feijão, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte. Os papéis recuaram 9,56% por volta das 16h50, repercutindo o ocorrido. O papel chegou a subir 3,2% logo após a abertura, mas caiu forte com a notícia do acidente e chegou a recuar 11%. Como a B3 está fechada por conta do feriado municipal em São Paulo, os efeitos sobre os preços das ações da mineradora serão vistos apenas na segunda (28).
O impacto para a produção da companhia deve ser limitado, na avaliação do analista-chefe da XP Investimentos, Karel Luketic. “Para colocar em perspectiva, nas nossas contas, [a planta da Mina do] Feijão representa de 1,5% a 2,5% da produção da companhia, portanto, operacionalmente o impacto deveria ser limitado”, escreveu Luketic.
Luketic pondera que ainda é muito cedo para estimar o impacto financeiro do acidente. O rompimento da barragem de Fundão, na cidade mineira de Mariana, em novembro de 2015, gerou uma sucessão de multas e processos judiciais. “No caso de Mariana, o acordo anunciado com as autoridades brasileiras em 2016 tinha valor de R$ 11 bilhões a R$ 13 bilhões ou 4% do valor de mercado da companhia hoje”, escreveu o analista da XP.
Segundo relatou o Ibama, o volume represado pela barragem em Brumadinho era bem menor que o de Mariana. Segundo o instituto, o reservatório que foi rompido hoje era de aproximadamente 1 milhão de metros cúbicos de rejeitos. Já a barragem em Mariana mantinha um volume de rejeitos de aproximadamente 55 milhões de metros cúbicos, segundo informa o site da Samarco.
Impacto para a vida e para a cidade
Os analistas especializados em Vale trabalham neste momento em busca de informações sobre o rompimento da barragem. “O mais importante agora é saber o impacto para a vida e para a cidade. O aspecto financeiro é secundário”, diz o analista da XP Investimentos Karel Luketic. Ele fez contato com a área de Relações com Investidores (RI) da mineradora, que ainda apura e organiza as informações sobre o acidente para poder relatar.
Luketic acrescenta que é difícil estimar o impacto sobre a produção – “que tende a ser menor, mais manejável” – e mais ainda calcular os montantes com potenciais multas, acionamento de seguros.