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Acidentes em rodovias federais têm primeira alta após 9 anos de queda

Foram 36,7 mil ocorrências entre janeiro e julho deste ano. No mesmo período do ano passado, houve 34,2 mil registros

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Acidentes em rodovias federais têm primeira alta após 9 anos de queda
1 de 1 Acidentes em rodovias federais têm primeira alta após 9 anos de queda - Foto: Andre Borges/Especial Metrópoles

O número de acidentes em rodovias federais registrou, nos primeiros sete meses de 2021, a primeira alta após nove anos seguidos de queda.

Entre janeiro e julho deste ano, houve 36,7 mil ocorrências, alta de 7,5% em comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram computados 34,2 mil acidentes.

Apesar do aumento em 2021, o registro é o segundo menor desde 2007, início da série histórica disponibilizada pelo governo federal.

O pico ocorreu em 2012, quando houve 107,5 mil acidentes em rodovias federais no período de janeiro a julho.

Esses dados foram levantados pelo Metrópoles junto à base de dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Os números não incluem acidentes fora das rodovias federais. Mesmo assim, são considerados por especialistas os mais completos do país.

Veja a série histórica:

O Ministério da Infraestrutura explicou, em nota ao Metrópoles, que, em 2020, devido à pandemia da Covid-19, o país identificou menor tráfego de pessoas nas rodovias federais, o que teria resultado em redução no número de acidentes.

“Porém, em 2021, essa movimentação começou a voltar ao normal e conseguimos identificar um número maior de acidentes”, prosseguiu a pasta.

“Mas se considerarmos os anos sem a pandemia a queda continua acentuada, e vamos trabalhar para que esses dados sejam ainda menores nos próximos anos.”

O diretor-executivo da Federação Nacional da Inspeção Veicular (Fenive), Daniel Bassoli, concorda que a alta registrada em 2021 pode ter a ver com a retomada da atividade econômica, mas pondera que um número menor de carros nas pistas não necessariamente significa menos acidentes.

“Menos movimento significa também maior velocidade”, avalia.

Em 2021, “velocidade incompatível” foi a principal causa dos acidentes, segundo os registros da PRF – representou 11% dos acontecimentos.

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Em seguida, aparecem como causas: “reação tardia ou ineficiente do condutor” (10,4%), “condutor deixou de manter distância do veículo da frente” (8,3%) e “acessar a via sem observar a presença dos outros veículos” (8%).

A crise econômica das famílias pode ter causado menores índices de manutenção nos veículos, o que indicaria chance de aumento do número de acidentes por falhas mecânicas, na avaliação de especialistas.

Bassoli explica que, a partir de 2014, a PRF passou a registrar cada vez menos acidentes sem vítimas – o que pode criar um descompasso em relação a dados de anos anteriores, quando a postura era outra.

Os dados mostram aumento em 2021 de 7,6% nos acidentes com feridos. Até julho deste ano, houve 28,3 mil registros e no mesmo período do ano passado, 26,4 mil.

Há, no entanto, tendência de queda computada na série histórica. Em 2014, por exemplo, a PRF apurou 37,4 mil ocorrências com feridos. Confira:

A Associação Nacional das Empresas de Transporte Rodoviário de Passageiro (Anatrip) alega que a alta de acidentes é uma condição diretamente ligada à falta de fiscalização sobre prestação de serviço não regular.

A seguir, leia a nota do Ministério da Infraestrutura, na íntegra:

“A atuação na prevenção e diminuição de acidentes vem sendo intensificada por todos os órgãos do Sistema Nacional de Trânsito com campanhas e mobilizações, como a Semana Nacional de Trânsito, o Maio Amarelo e a Lei Seca. Os dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) mostram uma importante queda no número de mortes, que ocorrem desde 2012. A Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) trabalha para que esses números sejam ainda menores a partir do tripé: engenharia de tráfego, esforço legal, que envolve fiscalização e legislação, e o mais importante, educação.

Em 2020, devido à pandemia da Covid-19, o país identificou um menor tráfego de pessoas nas rodovias federais, ocasionando em uma redução no número de acidentes. Porém, em 2021, essa movimentação começou a voltar ao normal e conseguimos identificar um número maior de acidentes. Mas se considerarmos os anos sem a pandemia a queda continua acentuada e vamos trabalhar para que esses dados sejam ainda menores nos próximos anos”.

Com colaboração de Lucas Marchesini.

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