Acidente com avião no Amazonas: o que se sabe e o que falta saber
Acidente no aeroporto de Barcelos, no Amazonas, matou 14 pessoas. Ainda não há uma causa oficial da tragédia
atualizado
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O acidente com um avião no aeroporto de Barcelos, no Amazonas, na tarde do último sábado (16/9), deixou 14 mortos. As informações dão conta de que havia uma tempestade com ventos fortes e o céu estava praticamente sem visibilidade. Com 12 integrantes de um grupo de pesca esportiva e dois tripulantes a bordo, a aeronave caiu durante uma tentativa de pouso na pista, que foi registrada em vídeo.
Veja o vídeo:
Onde aconteceu o acidente aéreo
Cortado pelo Rio Negro, o município de Barcelos é um destino conhecido por pescadores que querem explorar a Amazônia. Muitos deles acessam a região nos fins de semana durante as temporadas de pesca, entre os meses de setembro e fevereiro.
O avião que aparece no vídeo pousou minutos antes de o tempo fechar. Outras aeronaves chegaram a cancelar o pouso. O veículo envolvido no acidente é um modelo Embraer EMB-110 Bandeirante, que saiu de Manaus com destino a Barcelos.
O que causou o acidente
Sabe-se que uma tempestade tomava conta do local na hora do acidente, mas as autoridades ainda não cravaram a causa oficial. As investigações estão em curso.
De acordo com o Secretário de Segurança Pública do Amazonas, coronel Vinícius Almeida, não há dados seguros para apontar as causas, mas ele afirmou que moradores viram o avião aterrissar. No entanto, “não teve pista suficiente para frear”.
Quem foram as vítimas:
1. Euri Paulo dos Santos – executivo de Uberlândia (MG);
2. Fábio Campos Assis – empresário goiano;
3. Fábio Ribeiro;
4. Gilcresio Salvador Medeiros – dono de pousada em Niquelândia (GO);
5. Guilherme Boaventura Rabelo – executivo de Uberlândia (MG);
6. Hamilton Alves Reis;
7. Heudes Freitas – executivo de Uberlândia (MG);
8. Luiz Carlos Cavalcante Garcia – executivo de Uberlândia (MG);
9. Marcos de Castro Zica – produtor rural de Uruaçu (GO);
10. Renato Souza Assis;
11. Roland Montenegro Costa – médico do DF;
12. Witter Ferreira de Faria – produtor rural de Uruaçu (GO);
13. Leandro Souza (piloto); e
14. Fernando Galvão (copiloto).
Quem vai investigar o acidente
Em nota, a Força Aérea Brasileira (FAB) confirmou que os investigadores do Sétimo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa VII), órgão regional do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), foram acionados.
Na ação inicial, serão coletados e avaliados os dados da ocorrência. Haverá a preservação dos indícios, a verificação inicial de danos causados à ou pela aeronave, além do levantamento de outras informações necessárias ao processo de investigação.
O avião estava regular? De quem era?
O Embraer EMB-110 Bandeirante contava com autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para operação como táxi aéreo. Segundo as autoridades, a situação de aeronavegabilidade era considerada normal. O avião era da Manaus Aerotáxi, empresa “séria e já conhecida no estado”, conforme afirmou o comandante do 7º Comando Aéreo Regional (VII Comar), brigadeiro do ar David Almeida Alcoforado.
A empresa publicou nota nas redes sociais. “A segurança dos passageiros e da tripulação é sempre a prioridade da Manaus Aerotáxi, por isso estamos certos de que a aeronave e tripulação envolvidas no sinistro atendiam a todas as exigências da autoridade de aviação civil necessárias à aeronavegabilidade, e estamos comprometidos em esclarecer todos os detalhes relacionados a este acidente”, postou.
O mais fatal desde 2011
O acidente é considerado o mais fatal no Brasil desde 2011. As informações constam na base de dados da Aviation Safety Network (ASN) — Rede de Segurança da Aviação, em português.
Em 2011, 16 pessoas morreram na queda de uma aeronave da Noar Linhas Aéreas, em Recife, Pernambuco. Duas pessoas da tripulação e 14 passageiros perderam a vida.
Nos últimos 20 anos, o acidente aéreo com maior número de vítimas no Brasil deixou 187 mortos. O caso ocorreu em 2007, quando um avião da TAM colidiu com um prédio em Congonhas, São Paulo.
Seis pessoas da tripulação e 181 passageiros morreram. Outras 12 pessoas faleceram após a colisão, totalizando 199 vítimas. O caso é considerado o maior acidente da história da aviação brasileira.
Veja a lista dos cinco acidentes mais fatais dos últimos 20 anos
- 2004
Ocorreu em Manaus, Amazonas. O avião da Rico Linhas Aéreas saiu de São Paulo e caiu após desviar o padrão de pouso. Três pessoas da tripulação e 30 passageiros perderam a vida, totalizando 33 mortos.
- 2006
Em setembro de 2006, um avião da Gol saiu de Manaus, Amazonas, com destino a Brasília, Distrito Federal. A aeronave colidiu com um jato e caiu em Peixoto de Azevedo, no Mato Grosso. Seis pessoas da tripulação e 148 passageiros faleceram, totalizando 154 mortos.
- 2007
Um avião da TAM colidiu com um prédio e um posto de gasolina em Congonhas, São Paulo. Seis pessoas da tripulação e 181 passageiros perderam a vida, totalizando 187 vítimas.
- 2009
Um avião operado pela Manaus Aerotáxi foi destruído após cair nas águas do Rio Manacapuru. Dois pilotos e 22 passageiros morreram, totalizando 24 vítimas fatais. Quatro passageiros sobreviveram.
- 2011
Dezesseis pessoas morreram na queda de uma aeronave da Noar Linhas Aéreas, em Recife, Pernambuco. Duas pessoas da tripulação e 14 passageiros perderam a vida.