“Acho que não foi bom para o governo”, diz Mourão sobre vídeo de reunião
O ministro Celso de Mello, do STF, tornou público o vídeo da reunião ministerial na última sexta-feira
atualizado
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O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) disse nesta quarta-feira (27/5), em entrevista à Rádio Gaúcha, que considera não ter sido bom para o governo a divulgação do vídeo da reunião ministerial ocorrida no dia 22 de abril.
O vídeo mostrou ministros defendendo prisão de governadores, prefeitos e ministros da suprema corte. Também foi indicado pelo ex-juiz Sergio Moro como prova de que Jair Bolsonaro tentou interferir politicamente na Polícia Federal.
Apesar de ponderar os prejuízos ao governo, Mourão sustentou que o presidente saiu fortalecido pois, segundo o vice, houve forte apoio a Bolsonaro nas redes sociais. “Grande parcela da população concorda com a forma como o presidente tratou os assuntos”, opinou Mourão.
Para o vice, o vídeo da reunião não deveria ter sido divulgado, conforme determinou o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Aquilo ali era uma reunião privada, senão deveria estar na legislação que todas as reuniões de ministros deveriam ser gravadas, filmadas e divulgadas. Eu acho que a divulgação daquela reunião… como era uma reunião privada, ocorrem discussões ali, então, eu acho que não foi bom para o governo”, declarou. A opção por gravar, porém, foi da Presidência, já que não há leis que determinem esse tipo de expediente.
Durante a entrevista, o vice revelou discordância com decisão de Alexandre de Moraes, que suspendeu a nomeação de Alexandre Ramagem para o cargo de diretor-geral da PF após Moro denunciar que o presidente queria interferir na corporação.
“Eu consideraria certa a atitude do STF se o presidente tivesse colocado uma pessoa comum, mas ao colocar um delegado da própria Polícia Federal para a chefia, estaria dentro da sua raia, do seu limite”, argumentou Mourão.