Ação na Justiça questiona estágio de filho de Covas no governo de SP
Tomás Covas foi contratado como estagiário a convite do governador João Doria; juiz ainda não decidiu sobre o processo
atualizado
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São Paulo – Um homem ajuizou uma ação popular na Justiça contra a contratação de Tomás Covas, filho do ex-prefeito Bruno Covas, como estagiário no governo de São Paulo. A vaga foi oferecida pelo governador João Doria (PSDB).
Na ação, o advogado William David Singer Faintych, de Ponta Grossa (PR), lembra que, em 12 de janeiro, foi editado o Decreto 654.633, que prevê medidas de redução de gastos com pessoal, e uma delas é a suspensão da admissão de estagiários até o fim de 2021.
Doria contratou Tomás Covas por meio da ONG Comunitas, através de parceria firmada entre o governo e a organização. De acordo com a assessoria de imprensa do governo, o jovem de 16 anos vai passar por diversas secretarias durante o estágio.
Para o autor da ação, essa contratação “fere o princípio da legalidade, pois contraria expressamente um decreto estadual que veda a contratação de estagiários até 31 de dezembro de 2021”.
Além disso, argumenta o advogado, fere o princípio da impessoalidade, “pois o Governo de São Paulo em parceria com a Requerida ONG Comunitas poderia realizar a contratação de qualquer jovem, que seja filho quem sabe de um porteiro, gari, motorista de ônibus, agricultor”, mas “deu preferência a contratação como estagiário de um rapaz que é filho do falecido prefeito da capital de São Paulo, amigo pessoal e parceiro político de João Doria”.
Ao fim, pede que seja concedida liminar para proibir Doria de contratar Tomás como estagiário.
Em 25 de agosto, o juiz Randolfo Ferraz de Campos, da 14ª Vara de Fazenda Pública, determinou que o Ministério Público de São Paulo (MPSP) se manifeste. Ainda não houve manifestação. Depois disso, o juiz deve decidir sobre o pedido.