Ação da PM deixa dois indígenas mortos e um ferido em Amambai (MS)
Confronto ocorreu após os povos das etnias Kaiowá e Guarani ocuparem o local para pedirem a volta da votação do Marco Temporal no STF
atualizado
Compartilhar notícia
Um confronto entre o Batalhão de Choque da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul e indígenas das etnias Kaiowá e Guarani deixou dois mortos e cinco feridos em uma propriedade rural de Amambai, município sul-mato-grossense. A ação começou na madrugada desta sexta-feira (24/6) e perdurou até o fim da manhã.
A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) acusa a Polícia Militar de ter agido sem ordem judicial e a mando dos fazendeiros da região. A Apib denunciou, também, o desaparecimento de três pessoas, entre elas uma criança de 7 anos.
“Tropas de choque da Polícia Militar de MS, sem ordem judicial […], ação genocida neste momento contra comunidade Guarani e Kaiowa no município de Amambai, Guapo’y Mirim. Dezenas de indígenas feridos e desaparecidos, e mortos. Precisamos de assistência médica e ambulância. Pedimos justiça”, ressaltou a Apib em seu perfil no Instagram.
Indígenas afirmam que a terra Tekoha Gwapo’y Mi Tujury, onde aconteceu o conflito, está entre os territórios que estão sob votação no Supremo Tribunal Federal (STF) na questão do Marco Temporal. Já os fazendeiros afirmam que o local é uma propriedade privada e pedem a reintegração de terra.
Um grupo com cerca de 25 indígenas teria ocupado a Fazenda Tejui, a cerca de 14 km de Naviraí, na região de Dourados. De acordo com a Apib, a ocupação faz parte “das mobilizações pela votação do Marco Temporal, que deveria ter acontecido nessa quinta-feira (23/6). No entanto, o STF adiou pela terceira vez. “Estamos pedindo que a Suprema Corte tenha coragem de colocar o assunto em pauta e derrubar a tese, seguindo os preceitos da constituição brasileira”, reclama a instituição.
O Metrópoles entrou em contato com a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, Ministério da Justiça, Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Polícia Federal, que ainda não se manifestaram sobre o assunto. O espaço segue aberto.
O Batalhão de Choque afirmou ao portal Topmídia News, parceiro do Metrópoles, que três policiais foram baleados, mas não correm risco de morte.
Em contrapartida, a Apib afirma que os indígenas não estavam armados e acusou a Funai de agir em favor dos fazendeiros da região.
Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.