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Acampamento Terra Livre traz demarcação como tema central do evento

Edição do acampamento, que ocorrerá entre os dias 24 e 28 de abril, em Brasília, terá como tema O futuro indígena é hoje

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Indígenas fazem corrente com mãos em frente ao Congresso Nacional, na Esplanada dos Ministérios, protestando contra resultado das eleições presidenciais - Metrópoles
1 de 1 Indígenas fazem corrente com mãos em frente ao Congresso Nacional, na Esplanada dos Ministérios, protestando contra resultado das eleições presidenciais - Metrópoles - Foto: Breno Esaki/Especial Metrópoles

A edição deste ano do Acampamento Terra Livre (ATL), marcada para acontecer entre os dias 24 e 28 de abril, em Brasília, terá como tema O futuro indígena é hoje. Sem demarcação, não há democracia!. Ao anunciar o mote, na última quinta-feira (6/4), a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), que está à frente da organização do evento, destacou que, atualmente, mais de 200 terras indígenas estão na fila da demarcação da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).

Ao todo, 13 territórios estão com o processo em andamento, com a homologação a ser feita. Até o momento, cerca de 600 foram regularizadas.

Segundo a coordenadora executiva da Apib pelo Conselho Terena, Val Eloy Terena, embora possa parecer, as lutas dos indígenas não diz respeito somente a eles. “A luta que travamos nos nossos territórios, inclusive, com a própria vida, muitas vezes, é o que garante a existência do setor público e do setor privado. E, quando a gente fala desse novo governo, com esse novo ministério que a gente tem, a gente acaba avaliando que o governo está tentando consertar séculos de omissões e de erros”, afirma a representante da Apib.

“É justamente o que temos vivenciado nos quatro anos anteriores, do governo Bolsonaro. Foi um retrocesso de direitos. Os nossos territórios sendo invadidos por pistoleiros, jagunços, onde há uma área de retomada. E hoje temos, à nossa frente, um ministério, para que possamos nos sentir, de certa forma, abraçados, em relação aos nossos territórios, porque a principal demanda do movimento indígena é a questão da territorialidade mesmo, é a demarcação, o reconhecimento das nossas terras e o respeito ao modo de vida que queremos ter nos nossos territórios”, acrescenta ela sobre o tema escolhido para esta edição.

Terra Livre em Mato Grosso

Este ano conta, também, com uma novidade, que acaba por consolidar ainda mais a força da mobilização nacional: o Acampamento Terra Livre de Mato Grosso. A programação de atividades começou nesta segunda-feira (11/4), com concentração no do monumento Ulysses Guimarães, próximo a órgãos da administração pública, e vai até a próxima quarta-feira (13/4), unificando alianças e pleitos de 43 povos que vivem no estado.

O primeiro ATL foi em 2004 e, em 2022, reuniu mais de 8 mil indígenas, provenientes de 100 povos e de todas as regiões do país. Ao longo de dez dias de programação, os participantes do encontro abordaram pautas do movimento indígena. Também foi uma oportunidade de buscar fortalecer candidaturas de lideranças para concorrer a assentos no Congresso Nacional, já que era um ano eleitoral.

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