“Acabar com a fome é a principal bandeira do governo”, diz ministro
Entre 2021 e 2023, a fome atingiu 14,3 milhões de brasileiros. Na presidência do G20, o Brasil lança nesta quarta uma aliança contra a fome
atualizado
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O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, garantiu que o combate à fome é a principal prioridade do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A declaração ocorreu durante o lançamento do relatório O Estado da Segurança Alimentar e da Nutrição no Mundo (Sofi, na sigla em inglês), que baseia o Mapa da Fome.
O evento ocorreu nesta quarta-feira (24/7) paraleo à reunião ministerial que estabelecerá a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, iniciativa da presidência do Brasil no G20.
“Acabar com a fome é a principal bandeira do nosso governo”, afirmou o ministro, ressaltando que, em 2020, o Brasil voltou ao Mapa da Fome.
O relatório é elaborado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), em conjunto com o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (WFP) e a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Segundo cálculos do governo, feitos com base nos dados da FAO, em 2023 o país registrou uma redução de 85% no índice de insegurança alimentar severa em comparação a 2022. O relatório, no entanto, publica apenas os números por triênio, não individualizando ano a ano.
Nesse caso, os brasileiros que tiveram insegurança alimentar grave, ou seja, passaram fome, somaram 14,3 milhões no período entre 2021 e 2023. No relatório de 2020 a 2022, o índice era de 21,1 milhões.
Ainda segundo o documento, 39,7 milhões de pessoas sofreram com insegurança alimentar moderada neste triênio, o que significa que tiveram alguma dificuldade de acesso a alimentos. Entre 2020 e 2022, esse número era de 70,3 milhões.
Aliança Global contra a Fome
Nesta quarta, o presidente Lula participa do pré-lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, no Rio de Janeiro. A partir desta data, países e instituições financeiras poderão aderir à iniciativa que visa reduzir os índices de fome no mundo. O relatório da ONU aponta que em 2023 a insegurança alimentar atingiu uma média 733 milhões de pessoas no mundo.
“Não podemos deixar que a complexidade das crises múltiplas que estão assolando o planeta nos paralise. Porque sabemos como eliminar o flagelo da fome e da pobreza. Temos no mundo todos os recursos financeiros e o conhecimento de que precisamos. Só precisamos construir a disposição política”, afirmou o ministro Wellington Dias.