Abuso a criança e adolescente se combate com educação, diz secretário
Denúncias de violência contra crianças e adolescentes aumentaram em 2024. Secretário do MDHC diz que número é “absurdo”
atualizado
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Nos primeiros quatro meses do ano, o Brasil registrou mais de 89 mil denúncias de violência contra crianças e adolescentes. O número representa um aumento de 25% em relação ao mesmo período do ano passado, em que pouco mais de 70 mil notificações foram recebidas pela Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos. Os dados incluem violências do tipo física, psicológica, sexual, entre outras.
Para o secretário da Criança e do Adolescente do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, Cláudio Augusto Vieira da Silva, essa realidade pode ser mudada através da educação.
Neste mês, a pasta lançou uma campanha em alusão ao 18 de maio, com o mote “Quebre o ciclo da violência”. A data marca o Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes.
“Não é possível, ainda no dia de hoje, nós lidarmos com números tão absurdos de exploração, violência e abuso sexual em que as maiores vítimas, claro, são meninas, negras e pobres”, pontua o secretário em entrevista ao Metrópoles.
Os dados apontam que a maior parte das ocorrências acontecem dentro de casa. Segundo a Ouvidoria do MDHC, em 62% dos casos, a violência ocorreu no local onde moram a vítima e o suspeito. Familiares são apontados como principais autores dos crimes.
“Evidentemente, a criança e o adolescente têm uma relação de confiança com essas pessoas próximas. E essas pessoas próximas, abusadores e abusadoras, se utilizam dessa confiança para praticar esses atos de violência”, afirma o secretário.
“Isso é uma realidade muito dura e tem que ser encarada de frente, sem qualquer possibilidade de menosprezar essa situação”, ressalta o gestor.
Segundo o titular da pasta, o governo tem investido na formação de professores e agentes do conselho titular para que saibam identificar e lidar com esse tipo de situação. Além disso, estão sendo realizadas campanhas de conscientização em grandes eventos, como Carnaval e festas juninas.
“A principal questão que podemos fazer é muita educação, acesso à formação das meninas, dos meninos, dos profissionais, e uma formação persistente, continuada. Nós estamos apostando muito nisso”, destaca Vieira da Silva.