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Aborto em menina estuprada é “crime hediondo”, diz presidente da CNBB

Para o religioso, o procedimento não se justifica pela violência sexual contra a criança de apenas 10 anos

atualizado

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Dom Walmor, presidente da CNBB
1 de 1 Dom Walmor, presidente da CNBB - Foto: null

O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo, criticou nas redes sociais o aborto feito na menina de 10 anos estuprada pelo próprio tio. Para ele, a permissão do procedimento foi um crime contra a criança e o feto e a interrupção da gravidez não se justifica pela violência sexual.

“Lamentável presenciar aqueles que representam a Lei e o Estado com a missão de defender a vida, decidirem pela morte de uma criança de apenas cinco meses, cuja mãe é uma menina de 10 anos. Dois crimes hediondos”, escreveu, no Facebook.

“A violência sexual é terrível, mas a violência do aborto não se explica, diante de todos os recursos existentes e colocados à disposição para garantir a vida das duas crianças”, continuou. A menina realizou o procedimento no fim de semana e recebeu alta nesta quarta-feira (19/8).

CNBB critica aborto em menina de 10 anos

A criança precisou fazer o aborto em uma maternidade pública de Recife (PE), pois o primeiro hospital a receber a demanda se recusou a operá-la, alegando que não havia estrutura para tal situação. O procedimento foi autorizado pela Justiça.

Apesar das permissões, grupo de fiéis tentaram impedir o aborto e fizeram manifestação em frente à unidade de saúde. Para desviar dos religiosos, a criança precisou se esconder no carro e não ser identificada.

Segundo a lei brasileira, o aborto é autorizado em casos de gravidez consequente de estupros, desde que tenha consentimento da mãe ou responsável. Porém, o procedimento só é legal até determinado período da gestação. No caso da criança, o tempo de gravidez não foi informado.

Além do presidente, o chefe da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB , dom Ricardo Hoepers, criticou o aborto dizendo que se trataria de um assassinato de um bebê de cinco meses.

“Por que não foi permitido esse bebê viver? Que erro ele cometeu? Qual foi seu crime? Por que uma condenação tão rápida, sem um processo justo e fora da legalidade? Por que o desprezo a tantas outras possibilidades de possíveis soluções em prol da vida?”, defendeu, em artigo.

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