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Abin usou drones para monitorar casa de Camilo Santana, diz PF

PF deflagrou operação, nesta quinta (25/1), contra o monitoramento ilegal de opositores e autoridades na Abin

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Abin PAD Imagem colorida do ministro Camilo Santana no Palácio do Planalto - Metrópoles
1 de 1 Abin PAD Imagem colorida do ministro Camilo Santana no Palácio do Planalto - Metrópoles - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

A estrutura paralela da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), usada para monitorar ilegalmente opositores e autoridades, teve como um dos alvos o ministro da Educação Camilo Santana (PT), ex-governador do Ceará. A residência do petista foi espionada com uso de drones, aponta a Polícia Federal (PF).

A corporação deflagrou, nesta quinta-feira (25/1), a operação Vigilância Aproximada, que investiga a organização criminosa que funcionava na Abin para monitorar alvos sem autorização, por meio do software espião FirstMile.

Paulo Magno, que segundo a investigação seria responsável por gerir o uso da plataforma FirstMile, “teria sido flagrado pilotando um drone nas proximidades da residência do então governador do Ceará Camilo Santana, comprovando a total ilicitude das condutas”, mostra a PF.

De acordo com os investigadores, o monitoramento da casa do ministro da Educação não seria uma operação de inteligência da Abin, “dada a ausência dos artefatos, mas uma ‘simples ação de inteligência de acompanhamento'”.

Na decisão que autorizou a operação, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirma que a Abin, durante a gestão Bolsonaro, “teria instrumentalizado a mais alta agência de inteligência brasileira para fins ilícitos de monitoramento de alvos de interesse político, bem como de autoridades públicas, sem a necessária autorização judicial.” Moraes autorizou a quebra do sigilo de dados sobre a operação nesta quinta.

Outra utilização ilegal dos serviços, diz a PF, foi uma ação de contrainteligência para interferir em diversas investigações da PF, como, por exemplo, “para tentar fazer prova a favor de Renan Bolsonaro”, filho do então presidente, investigado pela Superintendência da PF no Distrito Federal, por tráfico de influência.

Por meio de nota, os advogados de Paulo Magno, Pedro Ivo Velloso e Marcelo Neves Rezende, afirmaram que “a defesa demonstrará no processo que Magno nunca usou o sistema First Mile, nunca pilotou qualquer tipo de drone, em lugar algum, nem mesmo estava no Ceará na data em que um drone teria sobrevoado as proximidades da residência do então governador daquele Estado”.

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