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“Abin paralela”: PF ouve ex-chefe da Receita nesta 5ª feira (25/7)

Durante reunião realizada entre Bolsonaro, Ramagem, advogadas e Heleno, é sugerido que Tostes seja procurado para “blindar” Flávio Bolsonaro

atualizado

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Clauber Cleber Caetano/PR
José Barroso Tostes Neto Receita Federal
1 de 1 José Barroso Tostes Neto Receita Federal - Foto: Clauber Cleber Caetano/PR

A Polícia Federal (PF) ouve, nesta quinta-feira (25/7), o ex-secretário da Receita Federal José Tostes. Ele presta depoimento na sede da corporação, em Brasília, no âmbito do inquérito que apura o monitoramento ilegal de pessoas e autoridades públicas pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), a chamada “Abin paralela”.

Tostes será questionado acerca da menção feita ao seu nome pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), durante reunião entre o ex-chefe da Abin Alexandre Ramagem, advogadas de Flávio Bolsonaro e o então chefe do GSI, Augusto Heleno, em agosto de 2020.

Na ocasião, segundo entendimento de relatório da PF, eles tentam encontrar uma maneira de blindar o filho de Bolsonaro em investigação sobre “rachadinhas”. Durante a conversa, Bolsonaro sugeriu que poderia falar com Tostes e acionar o chefe do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) para encontrar informações sobre servidores da Receita Federal.

O intuito, segundo as apurações, era “achar podres e relações políticas” dos servidores da Receita. Esses servidores do Fisco foram os responsáveis pela elaboração do relatório de inteligência fiscal (RIF) que deu origem à investigação que apurava o desvio de parte dos salários dos funcionários da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, o “caso das rachadinhas”.

O ex-corregedor da Receita Federal José Pereira de Barros Neto também será ouvido nesta quinta. Ele, no entanto, falará com os investigadores virtualmente.

Quebra de sigilo

O áudio veio à tona, em 15 de julho, quando o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), levantou sigilo de áudio dentro da investigação da “Abin paralela”. Também determinou a retirada do sigilo de informações prestadas pela Polícia Federal, bem como da gravação realizada.

Elementos da investigação mostram o exercício de agentes da Abin durante a gestão de Jair Bolsonaro em ações clandestinas direcionadas contra os auditores da Receita Federal responsáveis por investigação envolvendo o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente.

O áudio foi encontrado em um celular do hoje deputado federal pelo PL Alexandre Ramagem em uma operação de busca da Polícia Federal durante investigação sobre o suposto uso paralelo e ilegal da Abin no governo Bolsonaro.

A decisão foi tomada nos autos da PET nº 12.732, que investiga o uso ilegal do sistema de inteligência First Mile, da Abin, por delegados, agentes e servidores públicos.

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