“Abin paralela”: Moraes manda Lira enviar PCs e celulares de suspeito
Moraes determinou o envio dos aparelhos funcionais utilizados pelo ex-assessor parlamentar investigado no processo da “Abin Paralela”
atualizado
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), o envio dos computadores e celulares funcionais utilizados pelo ex-assessor parlamentar José Matheus Sales Gomes, um dos alvos da 4ª fase da Operação Última Milha, deflagrada pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (11/7).
Ele é investigado por supostamente participar da organização criminosa por trás do esquema de espionagem ilegal da chamada “Abin Paralela”. No total, a Polícia Federal cumpriu cinco mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão.
O ministro quebrou o sigilo do processo que investiga o esquema ilegal que espionava adversários do clã Bolsonaro, com a ajuda do software FirstMile. Segundo investigações da PF, a organização criminosa se infiltrou na Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
José Matheus é ex-assessor do vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), filho “02” de Bolsonaro, e, após o fim do mandato do ex-presidente, acabou sendo alocado como secretário parlamentar no gabinete de Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor-geral da Abin no período entre julho de 2019 e março de 2022, durante o governo de Jair Bolsonaro.
Nos autos, Moraes concordou com a Procuradoria-Geral da República (PGR) de que não haveria necessidade de realizar busca e apreensão nas dependências da Câmara dos Deputados, uma vez que o investigado não estaria se aproveitando do exercício das funções públicas para guardar ou depositar provas na Casa. Desta forma, o ministro solicitou apenas o envio de dados.
“A expedição de ofício sigiloso ao presidente da Câmara dos Deputados, deputado Arthur Lira, requisitando o envio dos computadores e celulares funcionais utilizados por José Matheus Sales Gomes”, determina Moraes.
Quem é José Matheus Sales Gomes
Ex-assessor do vereador Carlos Bolsonaro, Gomes chegou a ser considerado um dos homens de confiança do “02”, quando ocupou um cargo na Assessoria Especial de Bolsonaro, entre 2019 e 2022. Ele também é alvo de investigação no STF no inquérito das fake news.
Após o fim do mandato do ex-presidente, ele foi alocado como secretário parlamentar no gabinete de Ramagem na Câmara dos Deputados. Em três meses (entre março e maio deste ano), ele recebeu R$ 28.174,63 entre remuneração e auxílios.